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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Voltando à idéia de crítica ao realismo que deixei meio "A Deriva", ao falar do filme...

O Edson Soares é o responsável pelo blog do filme "A Deriva" e me pediu para explicar a tal "crítica ao realismo" que mencionei ao comentar o filme. A idéia de realismo nasceu no século XX como uma tentativa de resgatar a imagem de qualquer viés interpretativo, como se isso fosse viável. Como se a realidade, em si, fosse tangível a ponto de poder ser contida num filme. Era uma reação ao discurso organizado do cineasta, que sempre se impõe ao filme como dominante. Hoje se reconhece que a máquina de filmar pode ser neutra, mas o operador que opera a câmera nunca pode sê-lo.
Ou seja, toda e qualquer tomada cinematográfica se refere a um ponto de vista particular e, portanto, denota apenas um fragmento do que pode ser chamado de realidade. Na pintura, por exemplo, o cubismo veio para quebrar essa hegemonia cartesiana do ponto de vista único e absolutista. No cinema, em 1950 Akira Kurosawa retomou essa discussão com "Rashomon". Mas Hitchcock já tinha levantado esse tema com "Suspeita", de 1941. A personagem de Joan Fontaine acredita piamente que o marido (Cary Grant) pretende matá-la. (fotos acima e abaixo)

Qualquer pessoa pensaria o mesmo, se tivesse visto que ela vira, ignorando o outro lado da moeda. E a personagem de Laura Neiva (abaixo), como não podia deixar de ser, também se engana e nos confunde. E nisso ela é "real": os adolescentes costumam agir assim, acreditando de cara no que os olhos vêem, isto é, enxergando apenas o que se encontra a um palmo à frente do nariz. Segue o blog do Edson, para quem quer saber mais sobre o filme

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