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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

No complexo "Homem Irracional" Woody Allen contraria os cânones da dramaturgia.


Woody Allen é um cineasta que, mesmo sem acertar por inteiro, continua desafiador e interessante. Em Homem Irracional ele cria um personagem que contraria todos os cânones da dramaturgia. As teorias clássicas de Aristóteles já recomendavam que o protagonista desenvolvesse uma ação dramática, isto é, que perseguisse um objetivo claro, para ele e principalmente para as plateias. Desde o início, porém, ou melhor, desde o título esse Homem Irracional não se encaixa nessa fórmula. Ao lado das atrizes Emma Stone Parker Posey, Joaquim Phoenix desenvolve um tipo com o qual não há possibilidade de identificação com o público. Uma pessoa antipática e de difícil convivência até para as mulheres que dele se aproximam. 

Ele é um professor de filosofia numa universidade do interior, imerso na mais profunda angústia existencial. Isso porém não o impede de namorar a aluna mais bonita da classe, que se acha atraída mais por curiosidade do que por encantamento.Mesmo não sendo este o melhor trabalho de Woody Allen, em cada um de seus fotogramas, percebe-se a presença do autor na mise en scene. Apesar de aparentado com outros de seus personagens, como o anti-herói de “Ponto Final” (2005), o Homem Irracional de Joaquim Phoenix vaga pelo roteiro, desprovido de rumo ou de motivo, sem qualquer razão para continuar existindo. Até que descobre uma, como quem acha um artigo interessante, em uma revista velha numa sala de espera qualquer. E desse ponto em diante, WA segue o palpite oferecido por seu próprio personagem, durante uma aula em que ele louvava o texto de Dostoievski. E assim encontra um destino para o filme e seu protagonista. Quem assistir entenderá melhor ao que estou me referindo...