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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Labirinto de Mentiras, escolhido o melhor filme no Festival de Berlim de 2015

Trata-se de um docudrama histórico que nos conta como o povo e o estado democrático da Alemanha processaram os crimes praticados pelos nazistas durante a 2ª Guerra. Porque, até 1958, a maioria da população do país não tinha ideia das barbaridades praticadas nos campos de concentração.
Aos 50 anos de idade e tendo trabalhando como ator em 40 filmes e seriados na TV da Alemanha, o italiano Giulio Ricciarelli dirige Labirinto de Mentiras, o seu primeiro longa de ficção naquele país. Esse fato mostra que, atualmente na Europa, a indústria do audiovisual tende a ultrapassar as fronteiras nacionais. Este filme, aliás, coloca em discussão um episódio histórico que interessa a todos os países do planeta. A ação se passa em 1958, 13 anos portanto, após o fim da 2ª Guerra. Por incrível que isso possa parecer, àquela época o povo alemão ainda não tinha conhecimento pleno da totalidade dos crimes praticados nos campos de concentração. Evidentemente, os nazistas não evaporaram com a queda de Hitler, ou seja, eles simplesmente passaram a se comportar como se nada tivesse acontecido.

O filme narra como, um jovem promotor público de Frankfurt, montou um processo judicial condenando dezenas de militares que tinham trabalhado em campos de concentração, como Auschvitz. E só conseguiu isso atuando politicamente no Ministério da Justiça, que preferia não colocar os dedos naquela ferida ainda não cicatrizada.

Toda a ação se encontra concentrada na trajetória desse jovem promotor. Ele funciona como herói na narrativa que, na realidade, é fruto do amadurecimento da justiça e demais instituições da Alemanha como um todo. No entanto, todo o trabalho dele e demais promotores consistiu na individualização dos crimes cometidos no holocausto e que se achavam encobertos sob o véu generalizador da velha desculpa segundo a qual “todos os alemães aderiram ao nazismo” e os soldados “apenas cumpriam ordens superiores”.

Fugindo do maniqueísmo, o diretor Giulio Ricciarelli desenha o protagonista como um cidadão comum que atravessa o filme cheio de dúvidas em relação à sua própria força de vontade e em face do papel que a sua família teria desempenhado durante a guerra.