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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Em DVD, "O Escritor Fantasma", um filme de suspense que vira profecia política

Lançado em DVD “O Escritor Fantasma”, o último trabalho do veterano e controvertido Roman Polanski, com o qual ele ganhou o prêmio de Melhor diretor no Festival de Berlim. Os cientistas políticos gostam muito deste filme, como por exemplo, o professor Dr. José Álvaro Moisés, titular de ciência Política da USP. Ele salienta a denúncia do roteiro que, no meu entender, o coloca próximo da realidade política internacional do presente, sem se desligar das costumeiras marcas narrativas do estilo desse cineasta polonês. Como em seu filme anterior e talvez o seu maior fracasso de bilheteria, “O último Portal”, (The Ninth Gate, 1999) que permaneceu uma semana em cartaz em 2000, tudo gira em torno de um livro. Naquele filme que quase ninguém viu, Johnny Depp procurava encontrar um texto que teria sido escrito pelo próprio diabo.
Aqui, Ewan Mac Gregor é um ghost writer contratado para escrever as memórias de um primeiro ministro da Inglaterra, vivido por Peirce Brosnan e que remete diretamente à figura de Tony Blair. Esse personagem do filme fora condenado e afastado do governo inglês por entregar prisioneiros de guerra e suspeitos de terrorismo à CIA para serem torturados. Isso, na verdade não aconteceu exatamente assim com Tony Blair que, de fato, se associou aos desmandos internacionais de George Bush. Mas, esse foi justamente o teor da acusação que ele recentemente sofreu por parte de um dos integrantes de seu próprio governo. O mais curioso é que ainda neste ano de 2010, Tony Blair lançou de fato um livro auto-biográfico no qual comenta essas coisas. Quem teria sido então o verdadeiro ghost writer, se é que existiu mesmo?
De resto, o filme se desenvolve como uma peça fantasmagórica de suspense, na qual os aparelhos de GPS adquirem tanta importância na trama que parecem atualizar a clássica expressão “deos ex-machina”, cunhada no tempo da tragédia clássica. Ou seja, era uma máquina de ampliar a voz (um simples megafone mecânico), por meio da qual um ator interpretava a fala da intervenção de um deus do Olimpo na trama da peça. Na dramaturgia moderna isso se refere a uma reviravolta narrativa provocada por um acontecimento que "cai do céu", sem qualquer preparação dramática. É como se hoje em dia, o mais banal dos personagens do cinema carregasse um deus olimpiano encerrado em seu celular ou no GPS do carro. Parecido com aquele gênio que Aladin encontrou preso e disponível dentro de uma lâmpada.

O Escritor Fantasma
The Ghost Writer
lançamento em DVD: 12 de 2010
França / Alemanha / Inglaterra 128 min
gênero suspense / história / política
Direção Roman Polanski
com Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Kim Cattrall
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

Os melhores de 2010: dez estrangeiros e cinco nacionais, quantidades proporcionais ao número de filmes lançados no mercado.


Chegando o fim do ano, as pessoas começam a me pedir a relação dos melhores de 2010. Aparentemente trata-se de uma tarefa simples, mas o problema com essas escolhas é que elas sempre refletem as disposições mentais e o humor do momento em que são elaboradas. Assim, é quase inevitável que esta lista agora divulgada não venha a ser igual à que eu montaria na próxima semana. Em todo o caso, lá vão os estrangeiros, por ordem de preferência. Trata-se de uma difícil seleção dos 10 melhores num conjunto de no mínimo 50 títulos de excelente qualidade que foram lançados nos cinemas no anos que se encerra:
1.Vincere – de Marco Bellochio (foto acima);
2.O Escritor Fantasma – de Roman Polanski;
3.Alice de Tim Burton;
4.Ondine – de Neil Jordan;
5.Baaria – de Giuseppe Tornatore,
6.A Ilha do Medo – de Martin Scorcese (foto abaixo);
7.O Segredo dos seus olhos - de Juan Campanella;
8.Tudo pode dar certo – de Woody Allen;
9.Um Homem Sério – os irmão Coen;
10.A Origem – de Christopher Nolan.

E os 5 filmes nacionais são os seguintes, sem incluir aqui os documentários:
1.Tropa de Elite 2 – do Zé Padilha;
2.As melhores coisas do mundo – da Laís Bodanzky;

3.A suprema felicidade – do Arnaldo Jabor;
4.É Proibido Fumar - de Ana Muylaert (foto acima);
5.O Sol do meio dia – da Eliane Caffé (foto abaixo).

Reparem que (sinal dos tempos) entre os cinco, três (mais de 50%) foram dirigido por mulheres! Mas, os que não foram aqui mencionados não fiquem tristes comigo. Tudo isso é culpa desse costume cruel de fazer listas no fim de ano. Feliz 2011!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Começa assim esse triste filme que a história já viu muitas vezes antes


O aclamado diretor iraniano Jafar Panahi de 50 anos acaba de ser sentenciado a 6 anos de prisão. Além disso, foi proibido de dirigir e produzir filmes pelo período de 20 anos. Panahi apóia o movimento ambientalista de oposição ao governo dos aiatolás e foi condenado por formação de grupo subversivo, conspiração e propaganda contra o regime. A notícia foi dada por sua advogada Farideh Gheyrat à agência estatal de notícias Isna. Segundo ela, além da prisão e dessa interdição de filmar por 20 anos, o cineasta está impedido de escrever roteiros, de viajar para o exterior e de dar qualquer tipo de entrevista para qualquer mídia, incluindo órgãos noticiosos domésticos ou estrangeiros. A advogada disse que vai recorrer da sentença, mas sinceramente não adianta depositar muita esperança nesses tribunais que são formados por pessoas sem nenhuma autonomia política.

Em 1995, Panahi ganhou o prêmio Camera d’Or no Festival de Cannes pelo seu longa-metragem de estréia no ofício: “O Balão Branco”. Em 2000 conquistou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, com o filme “O Círculo” (imagem acima). Em fevereiro deste ano ele já tinha sido proibido de viajar para Veneza, onde participaria de um painel sobre o cinema iraniano. E esteve preso entre março e maio, sendo solto só depois de pagar uma multa de 200 mil US$. Todo esse dinheiro deixava ainda alguma expectativa de que o processo chegasse a bom termo. Vamos ver o que dirão os cineastas e as autoridades do Brasil.

domingo, 12 de dezembro de 2010

"RED - Aposentados e Perigosos" é quase uma versão policial de "Meus Caros Amigos"

Aproveitem porque ainda está em cartaz “RED, Aposentados e perigosos”, uma deliciosa comédia de ação sobre ex-agentes da CIA que se transformam em alvos da própria Agência, num processo que por aqui se costuma chamar de queima de arquivos. Só que os velhinhos se mostram mais perigosos do que se imagina e decidem dar o troco, barbarizando com os executivos que determinaram a sua execução. Com exceção do experimentado Bruce Willys, eles são interpretados por artistas pouco ligados a esse tipo de cinema mais popular e movimentado que são John Malkovitch, Helen Mirren e Morgan Freeman, contracenando com a engraçada Mary-Loise Parker. O diretor é o jovem e criativo alemão Robert Schwentke, que em 2009 fez “Te amarei para sempre”.
Mesmo não tendo sido feito para ser levado a sério, RED faz uma crítica ao gigantismo do estado e centraliza a trama num esquema para acobertar um crime de guerra que tinha sido praticado 20 anos antes pelo próprio vice-presidente dos EUA. O principal recado, porem, é a necessidade de tratar os aposentados com um mínimo de respeito e atenção, para que eles um dia não percam a paciência e resolvam chutar o pau dessa barraca esburacada que é o sistema de previdência social em quase todos os países, ricos ou pobres como o nosso. O filme se baseia em uma graphic novel de sucesso (figura abaixo) e pode ser considerado um exemplo de transcriação criativa dos quadrinhos para o cinema. O expressionismo da HQ, cheia de efeitos dramáticamente gráficos, foi substituido por um humor malicioso, bem na linha de "Meus Caros Amigos" ("Amici Miei" - 1975) do já saudoso Mario Monicelli.
RED - Aposentados e Perigosos
R E D
USA / 2010 / 11 min / 14 anos
estreia 26 11 2010
gênero aventura / comédia / policial
distribuição Paris Filmes
Direção Robert Schwentke
Com Bruce Willys, John Malkovitch,
Helen Mirren, Morgan Freeman, Mary-Loise Parker
COTAÇÃO
* * *
B O M

A obra do mestre sueco Ingmar Bergman continua surpreendendo até hoje

Acaba de ser lançado em DVD pela Versátil “Para não falar de todas essas mulheres", uma comédia inédita no Brasil que Bergman fez em 1964. É um trabalho contemporâneo ao “8 e ½” de Fellini, e com o qual tem alguns pontos de contato – especialmente no clima de sonho e no ambiente não realista e alegórico em que ele situa a história. Um crítico de música é contratado para elaborar uma biografia de um violoncelista famoso que vive num castelo com suas sete mulheres. Há aí outro parentesco com Fellini e seu filme “A Cidades das Mulheres”, de 1980.
Mas, o enredo é menos impressionante do que a encenação, trazendo um humorismo arrasador em sua abundância de recursos verbais e visuais, especialmente por conta da habilidade Jarl Kulle – o grande ator do teatro sueco que morreu em 1997, aos 70 anos e que vimos trabalhando com Bergman em “Fanny & Alexander” (1982). Ao lado de atrizes como Bibi Anderson (“O Sétimo Selo”) e Harriet Anderson (“Gritos e Sussurros”), a performance dele é impressionante porque faz referência a Charles Chaplin do cinema mudo, a Groucho Marx da comédia musical e à comicidade metafísica de Jacques Tati. O adjetivo vanguardista é perfeitamente adequado para esta experiência em que, já naquela época, Bergman brincava de metalinguagem, comentando a encenação enquanto ela se fazia, permitindo que os personagens olhem para a câmara e interpelem diretamente o público e, enfim, abalando as fronteiras entre cinema e teatro.
Para não falar de todas essas mulheres
För att inte tala om alla dessa kvinnor
Suécia / 1964 / Eastman Color / 80 min
gênero comédia / história
Distribuição Versátil
Direção Ingmar Berman
Com Bibi Anderson, Jarl Kulle e Harriet Anderson
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

sábado, 11 de dezembro de 2010

“Meu Mundo em Perigo” fala da fraqueza humana com a densidade de uma tragédia

Lançado numa única sala, aliás, naquele espaço de resistência que é o cine Belas Artes da Consolação, “Meu Mundo em Perigo” confirma a idéia de estilos, ou formas de olhar o mundo que repetem em obras de diferentes artistas ou nas diversas obras de um único autor. Assim como Walter Hugo Khoury ou Woody Allen, o diretor José Eduardo Belmonte faz com que seus filmes sejam cotejados uns com os outros para que, do confronto, surjam novas reflexões. Este é uma espécie de continuação de “Se Nada mais der Certo” (2009). Inclusive começa no mesmo local em que o lançado anteriormente termina. Ou seja, uma praia paulista onde os personagens tentam se limpar por dentro, com as ondas que espumam na beira do mar.
A presença do babalorixá Ronaldo De Oxum na ficha técnica de ambas as produções mostra que esses dois títulos se constroem sobre um terreno comum da cultura afro-brasileira. Uma linha devocional que, por sua própria natureza, prefere se resguardar de olhares nocivos e permanecer um pouco na sombra. Na trilha sonora, vez por outra se ouve a voz da Ebomi Delza do Gantois entoando Oromimao − uma bela cantiga de Oxum, acompanhada por Yomar, o assobá da casa. Antigamente isso era secreto, mas agora a internet já explica que é assim que se chama o responsável pelo culto a Obaluaê, o orixá dono da terra.
A cidade de São Paulo é essa terra (a 600 metros acima do mar) em que aflora o drama: um fotógrafo entra em crise quando a ex-mulher se cura do vício e recupera a guarda do filho. Desesperado, ele atropela um desconhecido e se esconde num hotel decadente do centro, que se chama Paramount e usa o mesmo logotipo dessa empresa multinacional. A propósito, a máquina fotográfica do protagonista é uma velha Polaroid, um dos raros resquícios ainda vivos da imagem analógica no mundo de hoje.
Na cidade grega clássica, o centro era o local do encontro. Já em São Paulo, ele é a sede da dor e da solidão, que tem como um de seus núcleos secretos, a Igreja das Almas, na Praça da Liberdade que, aliás, já foi o Largo dos enforcados. É assim que Belmonte articula a trama nas entrelinhas do roteiro. A metrópole gigantesca direciona a movimentação nessa tragédia de vidas pequenas, escorrendo por feiras livres, vagões de metrô, bancas de jornais e botecos infectos. Uma paisagem cuja degradação urbana corresponde ao mundo interior das pessoas, como no film noir e no expressionismo alemão. De vez em quando, o barulho da rua costuma suplantar os diálogos que, de resto, significam menos do que os gritos e o pranto dos personagens centrais. O de Milhem Cortaz berra pela rua, mas ninguém escuta. O de Rosane Mulholland se tranca no armário para gritar e o de Eucir de Souza chora em silêncio.
Meu Mundo em Perigo
Brasil / 2007/ 92 min / 14 anos
Estreia 10 12 2010
Gênero drama
Distribuição Pandora
Direção José Eduardo Belmonte
Com Eucir de Souza, Rosanne Mulholland e Milhem Cortaz.
COTAÇÃO
* * *
BOM

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"O Garoto de Liverpool" é um belíssimo retrato da adolescência de John Lennon.

"O Garoto de Liverpool" é John Lennon na adolescência. Nesta produção inglesa dirigida por Sam Taylor-Wood, uma cineasta de 43 anos iniciante em longa metragem, observa-se a sua iniciação musical e o momento em que ele se associa a Paul McCartney e George Harrison. É preciso esclarecer, porém, que filme não é apenas para os fãs dos Beatles, porque se aprofunda nos processos pelos quais Lennon formou a personalidade. Permite até entendermos melhor a sua controvertida relação com Yoko Ono e o sentido real de canções como “Mother” e “Woman is the negro of the world”.
Por meio de um texto e atrizes de elevada qualidade, desenha-se a formação emocional de um adolescente de Liverpool, criado pela tia − uma pessoa sisuda e ligada à cultura acadêmica − mas fixado na figura distante da mãe, amante do jazz e tachada de irresponsável pelo resto de uma família de classe média alta. Interpretada pela excelente Kristin Scott-Thomas (“Partir”, 2009) essa tia o manteve afastado da mãe e da música popular, mas foi quem lhe deu o primeiro violão, que ele só começou a arranhar quando tinha mais de 15 anos.
O roteiro de baseia nas memórias da irmã do ídolo Julia Baird. Conta como John tomou contato com o rock-and-roll, por influência de Elvis Presley, e se encerra quando ele iniciou a sua carreira internacional junto com Paul e George, antes mesmo de serem conhecidos como os Beatles. Só mais tarde Ringo entraria para a banda. Para se ter uma idéia da densidade psicológica com que o filme trabalha a carência da figura materna, Aaron Johnson (“Kick Ass – Quebrando tudo”, 2010) o ator de 21 anos que interpreta Lennon casou-se e teve uma filha com a diretora, que conheceu durante as filmagens: uma mulher com o dobro da idade dele.
O GAROTO DE LIVERPOOL
Nowhere Boy
estreia 03 12 2010
Reino Unido/ Canadá - 2009 – 98 min. - 14 anos
Gênero Drama / musica / biografia
Distribuição Imagem filmes
Direção Sam Taylor-Wood
Com Aaron Johnson e Kristin Scott Thomas
COTAÇÃO
****
ÓTIMO

Quem quer ser um bilionário? “A Rede Social” explica como se consegue.

O título do filme é “A Rede Social”, já passando a idéia de que mesmo não sendo a única, o site Facebook sem dúvida já abriga a maior a mais importante rede do planeta, apesar de sua implantação ter se iniciado em 2003. O protagonista é seu criador, o universitário que se tornou o mais jovem bilionário da história.
Alguns comentaristas compararam ao "Cidadão Kane", outro célebre magnata midiático do cinema. Só que Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) é um personagem real e quase todos nós brasileiros que acessamos a internet mantemos algum tipo de contato com essa rede e milhões de usuários investem horas de seu tempo todos os dias ligados à ela.
É possível que nunca antes o cinema tivesse elaborado com tanta presteza o making of de uma invenção que tenha transformado tão rápida e profundamente o cotidiano da sociedade. O roteiro reconstitui dramaticamente como o invento foi concebido, sua implementação como empreendimento de grande sucesso e a batalha jurídica entre o seu inventor e outros que também se consideram autores da obra − entre os quais o brasileiro Eduardo Saverin. Como é sabido por todos, mesmo os que não viram o filme, chegou-se a um acordo e todos receberam indenizações milionárias. É por isso que, mesmo narrado do ponto de vista de Zuckerberg (o verdadeiro, na foto abaixo), é como se os reclamantes tivessem cedido os direitos sobre o uso de suas imagens no filme. Trata-se, enfim, de um impressionante documento da história atual construído enquanto ela se faz.
O filme traz a marca de um diretor de categoria: é David Fincher, capaz de atribuir identidade a filme ao espetáculo. Logo de início nota-se a rapidez dos diálogos e o nervosismo da edição, que tem a ver com o ritmo de vida do protagonista. O maior problema é manter a simpatia em torno de uma figura que descarta de seu negócio aqueles que lhe deram apoio e motivação em seu início. O jeito foi desenhá-lo como uma espécie de Macbeth cibernético que chora ao eliminar os competidores e que acaba sozinho e sonhando com a namorada perdida no começo de sua trajetória como empresário. Como se fosse difícil para um bilionário de 20 e poucos anos encontrar uma nova paixão.
Outro aspecto interessante é narrar essa trama como uma grande revanche dos nerds, sempre tão estigmatizados na cultura jovem. David Fincher descreve de uma espécie de empreendorismo dionisíaco, em que drogas, rock e muitas garotas (especialmente de origem oriental) compõem um cenário em que não há separação entre o trabalho e o lazer. Tudo parece uma aventura juvenil, em que pessoas de carne e osso podem exercer os papéis de anjos ou demônios. Tanto é assim que o momento no qual o Facebook alcança 1 milhão de cadastros é comentado na trilha sonora pela melodia de “O Castelo do Rei da Montanha”, de Edward Grieg.

Quem interpreta o brasileiro Eduardo é Andrew Garfield (de "Dr Parnasus", na foto abaixo), já escolhido para ser o futuro Homem Aranha, enquanto o cantor Justin Timberlake ("Alpha Dog") faz o papel de Sean Parker, o criador do controvertido site Napster. As conversas deste com Zuckerberg, vivido por Jesse Eisenberg ("Zumbilândia"), revelam o substrato ideológico das redes sociais que na teoria é tão libertário e anarquista quanto o ideário dos rebeldes de 1968. Só que muito, muito mais lucrativo.
A REDE SOCIAL
The Social Network
EUA - 2010 – 120 min. - 14 anos
estreia 03 12 2010
Gênero Drama / biografia / história
Distribuição Columbia
Direção David Fincher
Com Jesse Eisenberg, Justin Timberlake e Andrew Garfield
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Hou Hsiao-Hsien: um gênio do cinema chinês que até agora o Brasil não conhecia


Entre os dias 09 a 26 de dezembro, o CCBB São Paulo apresenta pela primeira vez no Brasil, uma retrospectiva completa, com projeções em película do cineasta Hou Hsiao-Hsien. Ele é um realizador de Taiwan consagrado e premiado em diversos festivais ao redor do mundo e que se estabeleceu como figura chave do novo cinema de Taiwan nas três últimas décadas. Hou Hsiao-Hsien nasceu na China em 1947 e mudou-se para o sul de Taiwan em 1948, onde passou toda sua infância. Foi assistente de direção de cineastas veteranos como Li Hsing e Lai Cheng-Ying. Hou obteve reconhecimento internacional com Os Garotos de Fengkuei (1983) e Um verão na casa do vovô (1984), ambos vencedores do Festival de Nantes, França. Seu filme autobiográfico, Tempo de viver e tempo de morrer (1985), levou o prêmio internacional da crítica no Festival de Berlim de 1985 e foi indicado melhor filme no Festival de Roterdam. Em 1989, Cidade das Tristezas ganhou o cobiçado Leão de Ouro, no Festival de Veneza. Em 1993, a obra-prima O mestre das marionetes ganhou o prêmio do júri em Cannes. Seus filmes seguintes, em especial A viagem do balão vermelho (2007, na foto acima), foram aclamados por críticos e circularam por festivais como os de Cannes e Veneza.
A mostra Hou Hsiao-Hsien e o cinema de memórias fragmentadas exibirá todos os 18 filmes do diretor, sendo (na foto abaixo) que nenhum deles foi lançado comercialmente no Brasil.