Encontre o que precisa buscando por aqui. Por exemplo: digite o título do filme que quer pesquisar

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lançada em DVD uma caixa com os seis filmes do clássico japonês "Lobo Solitário"

Agora que está para chegar aos cinemas a nova aventura de Wolverine, o herói imortal da Marvel com uma história inteiramente ambientada no Japão, é lançada em DVD pela Versátil a série completa e inédita com os seis filmes do “Lobo Solitário” numa caixa com 3 discos. Essa série foi produzida nos anos de 1970 com roteiro do próprio Kazuo Koike, que escreveu para o magnífico traço de Goseki Kojima – desenhista desta que é uma das mais importantes obras de histórias em quadrinhos de toda a história dessa mídia. Trata-se da saga de um ronin, ou seja, um samurai sem mestre que se tornou assassino: um kozuri, tal como o Wolverine é também chamado no filme que vai estrear em breve. Esse gibi que já foi publicado no Brasil influenciou muita gente de cinema como Quentin Tarantino, Frank Miller e James Mangold, o diretor de Wolverine. 
Tudo se passa no Japão do século XVII, isto é, no chamado período Edo, quando o herói Itto Ogami tinha o cargo de kaishakunin, que quer dizer “o executor do imperador”, uma figura temida e odiada por quase todos os senhores feudais. Por meio de uma falsa denúncia de traição, um clã rival faz com que ele caia em desgraça. Assim, toda a sua família, inclusive a esposa é executada e, por isso, ele vagueia pelo país com seu filhinho recém-nascido, em busca de vingança. Outra boa notícia para os admiradores das artes marciais e da cultura japonesa é que, agora lá no Japão, já foi publicada uma nova revista com as peripécias do “Lobo Solitário”. Com o atual crescimento do consumo do mangá entre nós, espera-se que esse material chegue logo ao Brasil.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

“O Homem de Aço”, uma mega hiper produção de qualidade superlativa.

O Super Homem nasce novamente, agora sob o título de “O Homem de Aço”. Em 1938, quando isso aconteceu pela primeira vez, o universo dos quadrinhos já se achava habitado por alguns poucos heróis, como Flash Gordon, o Fantasma, Tarzan e Buck Rogers. Esse tipo de personagem da cultura popular era mais comum em outras mídias, ou seja, na literatura de massa, veiculada em banca de jornal (pulp fiction) e no rádio. Por exemplo, The Shadow (O Sombra), The Lone Ranger (O Zorro), Nick Carter, Doc Savage e Sherlock Holmes. Todos esses eram feitos somente de carne e osso, apesar de determinadas traços excepcionais de caráter. A surpresa veio com esse alienígena do bem que tinha raízes na mitologia clássica – muito mais forte que Hércules e invulnerável igual a Aquiles, que tinha um ponto fraco no calcanhar, assim como “O Homem de Aço” era susceptível à kriptonita. 
Outra novidade a foi a tremenda síntese operada nas escassas páginas da revista Action Comics em que Jerry Siegel e Joe Shuster narram a saga cósmica de um bebê que atravessa as galáxias porque seu planeta natal se destrói. Eles levaram cinco anos para vender esse projeto, porque os editores não acreditavam que fosse comercial. Com a 2ª Guerra, porém, o sucesso foi tanto que a revista chegou a fazer parte do equipamento usual dos soldados americanos. Agora, 75 anos e 91 filmes mais tarde, o Super Homem protagoniza talvez a mais elaborada e ambiciosa de todas as suas incursões no universo audiovisual. 
O diretor Zack Snider, de “Watchman” e o roteirista Christopher Nolan dos três últimos “Batman” mantiveram a estrutura básica da história, tal como foi publicada em 1938, mas ampliaram ao máximo as possibilidades narrativas que ela sugeria. A sequencia inicial em Kripton é um primor em termos de design e inventividade. Após o impacto da cena em que acompanhamos parto do filho de Jor-El (Russel Crowe) assistimos ao estabelecimento de uma trama política em que se defrontam a ética e o poder militar. Os pais do bebê chamado Kal-El, isto é, o futuro Super Homem lideravam uma espécie de aristocracia de cientistas e, quando o planeta implodiu, eles se achavam em conflito com um general rebelde que escapou do exílio e sai em perseguição do jovem Kriptoniano asilado na Terra. 
Com poderes idênticos ao Super Homem, esse chefe guerreiro precisa se apossar de algo que viera na nave-berçário junto com o recém-nascido e que garante o conflito do começo ao fim do filme. Já no gibi original, o herói era vulnerável apenas à kriptonita, que seria um mineral originário de seu planeta natal e cujo contato teria a capacidade de transforma-lo num indivíduo comum, desprovido de superpoderes. Essa é a base dramática que funciona como o ponto fraco do Super Homem, isto é a situação que poderá matá-lo, ou fortalecê-lo ainda mais. 
De todos os filmes baseados em figuras originárias dos quadrinhos, “O Homem de Aço” é um dos mais bem resolvidos, talvez, um dos melhores. Além do choque visual proporcionado por uma presença maior de personagens do planeta Kripton, temos uma carga afetiva mais intensa no relacionamento entre o herói e a repórter Louis Lane, o que reforça a sua identificação com o público.
O HOMEM DE AÇO 3D 
Man of Steel 
EUA – Reino Unido – Canadá – 2013 – 148 min.12 anos
Distribuição Warner
estreia 12 07 2013
gênero fantasia/ aventura
Direção Zack Snyder 
Com Henry Cavill, Amy Adams, Russel Crowe e Diane Lane
COTAÇÃO
*  *  **
ÓTIMO

quinta-feira, 11 de julho de 2013

“O cavaleiro Solitário”: cada vez mais jovem, um herói completa 80 anos de idade.

“O cavaleiro Solitário” se passa no Texas em 1869, quando se iniciou a construção da Primeira Ferrovia Transcontinental e tem como cenário a construção dessa histórica estrada de ferro que ligava o oeste ao leste já urbanizado. Um dos primeiros filmes rodados nos Estados Unidos, aliás, foi um curta-metragem de 11 minutos chamado “O Grande Roubo do Trem” (1904), mas, neste filme dirigido por Gore Verbinsky, temos provavelmente os mais movimentados, cômicos e surpreendentes assaltos a trem já filmados desde 1904.  
Ele se inicia em São Francisco no ano de 1933, quando o cartão postal da cidade que é a ponte Golden Gate ainda se achava em construção. Naquele ano, o rádio começava a transmitir o seriado The Lone Ranger, com as aventuras de um justiceiro mascarado que tinha como companheiro o índio Tonto e um cavalo branco chamado Silver e que, no Brasil, ganhou o nome de Zorro. Pouco tempo depois, ele passou a aparecer também nos quadrinhos, no cinema e, de lá, na televisão. 
Neste filme, tudo começa com um garoto vestido como o herói e que, num museu de cera, conversa com a estátua de um ancião comanche que não é outro senão Johnny Depp, justamente no papel de Tonto. Esse diálogo é o fio condutor da narrativa e parece assumir um sentido simbólico, ou seja, a imagem do menino fantasiado de caubói em contato com um velho índio pode representar a juventude americana, para quem os velhos mitos se renovam por meio do cinema. 
Essa passagem é apenas um exemplo da amplitude de ilações, ironias e significados múltiplos que “O cavaleiro Solitário” injeta em cada cena, dando-se ainda ao luxo de conceber momentos de movimentação feérica, por meio de ângulos tomados muitas vezes em escala monumental. Outra firula é criar situações de intimidade, de preferência em closes, encenadas num cenário freneticamente móvel, lembrado as comédias de Richard Lester (“Help!” – 1965). Por sua vez, a trilha sonora raramente humorada de Hans Zimmer enlouquece um pouco e se esbalda em caricaturas orquestrais. 
Sinal de inteligência ou prodigalidade, o roteiro nos oferece uma overdose de citações plásticas e musicais dos clássicos do faroeste e filmes de animação, além de tiradas espirituosas de todo o tipo – como as alusões a Dom Quixote e ao livro de cabeceira do herói que é “Dois Tratados sobre o Governo”, de John Locke. Acima de tudo, porém, Gore Verbinsky pega embalo na série “Piratas do Caribe” que ele fizera com Johnny Depp, carrega na comicidade e se lança numa paródia das paródias que ele mesmo já dirigira. Como o seu desenho animado “Rango” (Oscar de 2012) – ele mesmo uma referência às desgraças do “Coiote”, que Chuck Jones desenhava desde 1949. 
O CAVALEIRO SOLITÁRIO 

The Lone Ranger

EUA, 2013, 149 min, 14 anos
estreia 12 07 2013
faroeste/ aventura/ comédia
Distribuição Disney
Direção Gore Verbinski
Com Johnny Depp, Armie Hammer, Helena Bohan Carter
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

terça-feira, 9 de julho de 2013

Eichmann julgado e Arendt condenada em docudrama de Margareth von Trotta

Neste momento em que a opinião pública brasileira começa a se manifestar novamente, estreia um drama histórico muito útil para refletirmos sobre os diversos lados das questões políticas e sociais. Funciona como um alerta contra as atitudes políticas que não se originam do senso crítico, nem de uma ideologia específica, mas sim apenas do rancor e do preconceito. Trata-se de “Hannah Arendt”, a dramatização de um conflito vivido por essa pensadora que, durante a 2ª Guerra, fugiu de um campo de concentração para os Estados Unidos. A obra é dirigida com sensibilidade e precisão pela veterana Margarethe von Trotta, especialista em cinema político, ela que foi esposa de Volker Schlondorff e realizou o premiado "Os Anos de Chumbo" em 1981. 
No papel central, temos Barbara Sukowa, a atriz preferida de Rainer Werner Fassbinder e que trabalhou com ele em obras primas como “Berlin Alexander Platz” (1980), além de ter estrelado “Os Anos de Chumbo”. O que vemos aqui, portanto é uma espécie de renascimento do cinema sério na Alemanha, de quando os títulos mostravam coragem para encarar problemas graves como o que este aborda. Ou seja, a manifestação daquela heroína da filosofia política alemã (autora de “As Origens do Totalitarismo” – 1951) que possuía origem judaica e que teve a ousadia de enfrentar a quase totalidade do grupo religioso ao qual pertencia, ao cobrir o julgamento do criminoso nazista Adolf Eichmann para a revista americana The New Yorker
Nos cinco artigos que publicou na ocasião, ela afirmava que nem todos aqueles que foram considerados responsáveis pelos crimes do nazismo eram pessoas malignas ou sanguinárias, mas em sua maioria, apenas fracas, covardes ou idiotas. Além disso, ela apontava a participação de alguns judeus que colaboram com holocausto de seu povo no tempo de Hitler. Foi o bastante para ser execrada pela maior parte de seu próprio povo, e até por seus melhores amigos, sem jamais ter mudado de posição. Nesse sentido, a trama aborda duas condenações: a de Arendt e a de Eichmann que, pelo menos aconteceu depois de um julgamento. O filme, além disso, aprofunda a controvertida amizade entre Hannah Arendt (1906 – 1975) e o filósofo Martin Heidegger, que caíra em desgraça por causa da simpatia para com os nazistas. Tema polêmico, num filme que merece ser visto e discutido.


HANNAH ARENDT 
Alemanha/França, 113 min, 14 anos
estreia 05 07 2013
gênero docudrama/ história/ política
Distribuição Europa Filmes
Direção Margarethe Von Trotta
Com Barbara Sukowa, Axel Milberg, Janet McTeer 
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

quarta-feira, 3 de julho de 2013

“Guerra Mundial Z” com Brad Pitt: fuja das mordidas... e também do filme

É difícil entender por que motivo um ator com o prestígio de Brad Pitt decidiu produzir e protagonizar uma bobagem como “Guerra Mundial Z”. Veja o enredo: em poucos dias, a humanidade estará extinta por uma epidemia que transformará todos os seres do planeta em mortos vivos, porque depois de mordidas, as pessoas levam apenas alguns segundos para se transformarem, ou seja, elas morrem e logo se levantam querendo devorar as demais. Só que não há tempo para isso, por que os monstros comem apenas humanos vivos e a vítima já vira cadáver antes que o atacante contaminado possa dar uma mastigadinha sequer. De modo que, ao contrário dos outros filmes do gênero, não vemos ninguém sendo devorado e os personagens centrais não fazem outra coisa senão fugir das dentadas. O filme, portanto, não passa de uma interminável correria superproduzida, porque envolve a destruição de automóveis, aviões, helicópteros e cidades inteiras. A estrutura do roteiro é a mesma dos videogames, em que o herói vai passando de um estágio para o outro, sempre eliminando os inimigos e sem que tenhamos a oportunidade de concluir o óbvio, isto é, afinal trata-se de Brad Pitt e ele não vai ser derrubado por um figurante qualquer, por mais apavorante que seja a sua maquiagem. E isso sem mencionar outras idiotices, como a ideia do ditador coreano para eliminar a peste, que é arrancar os dentes de toda a população porque, desprovido de dente, ninguém consegue morder ninguém.

GUERRA MUNDIAL Z 3D 
World War Z 
EUA, 2013, 116 min, 12 anos
estreia 28 06 2013
gênero horror
Distribuição Paramount
Direção Marc Forster 

Com Brad Pitt e Mireille Enos 

COTAÇÃO

*

RUIM