Três produções francesas, numa única semana com 10 estreias, representam 30% do total de filmes novos. Além disso, esses três títulos parecem ser o melhores da safra. Isso indica uma hegemonia, que vem se mantendo ao longo do desse ano.
domingo, 30 de julho de 2017
Os filmes lançados no circuito comercial de SP na semana iniciada em 27 07 2017
Três produções francesas, numa única semana com 10 estreias, representam 30% do total de filmes novos. Além disso, esses três títulos parecem ser o melhores da safra. Isso indica uma hegemonia, que vem se mantendo ao longo do desse ano.
sexta-feira, 14 de julho de 2017
Revelados os indicados ao 16° Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
Acaba de sair a lista dos indicados à 16ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, considerada a mais importante premiação do cinema nacional, porque é realizada pela Academia Brasileira de Cinema. Esta entidade corresponde ao Oscar porque é formada pelas diversas entidades de classe que reúnem as associações de técnicos de cinema no brasil, como fotógrafos, cinegrafistas, músicos, roteiristas, diretores etc.
Cinco filmes estão na disputa do tão almejado prêmio de Melhor longa-metragem de ficção: “Aquarius”, “Boi Neon”, “Elis”, “Mãe Só Há Uma” e “Nise - O Coração da Loucura”. O longa-metragem “Elis”, de Hugo Prata, encabeça a lista comm12 indicações seguido de “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho com 11 e “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro com 10. Ao todo, 35 longas e 18 curtas-metragens concorrem em 24 categorias. A cerimônia de premiação, que acontece no dia 5 de setembro (terça-feira), a partir das 20h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Sônia Braga e elenco de "Aquarius" no set de filmagem
Concorrem à estatueta de Melhor direção Afonso Poyart, por “Mais Forte Que o Mundo - A História de José Aldo”, Anna Muylaert, por “Mãe Só Há Uma”, David Schurmann, por “Pequeno Segredo”, Gabriel Mascaro, por “Boi Neon” e Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”.
O prêmio de Melhor atriz é disputado por Adriana Esteves (como Dilza por “Mundo Cão”), Andréia Horta (como Elis por “Elis”), Gloria Pires (como Nise da Silveira por “Nise - o Coração da Loucura”), Julia Lemmertz (como Heloisa por “Pequeno Segredo”), Sonia Braga (como Clara por “Aquarius”) e Sophie Charlotte (como Severina por “Reza a Lenda”).
Já na categoria Melhor ator estão no páreo Caio Blat (como Felipe por “BR716”), Cauã Reymond (como Ara por “Reza a lenda”), Chico Diaz (como Gomez por “Em nome da lei”), Domingos Montagner (como Corvo por “Um namorado para minha mulher”), Juliano Cazarré (como Iremar por “Boi Neon”) e Lázaro Ramos (como Paulinho por “Mundo cão”).
Já na categoria Melhor ator estão no páreo Caio Blat (como Felipe por “BR716”), Cauã Reymond (como Ara por “Reza a lenda”), Chico Diaz (como Gomez por “Em nome da lei”), Domingos Montagner (como Corvo por “Um namorado para minha mulher”), Juliano Cazarré (como Iremar por “Boi Neon”) e Lázaro Ramos (como Paulinho por “Mundo cão”).
quinta-feira, 13 de julho de 2017
Apostando no docudrama, "Real" conta a história do plano econômico de 1994
O time econômico de Itamar Franco na encenação do filme
Não se trata de um documentário, nem de uma obra de ficção hollywoodiana, como o cinema americano costuma fazer, digamos, à granel. É na verdade uma mistura dos dois, se encaixando numa espécie de híbrido entre essas duas modalidades. Um gênero híbrido que o monumental cineasta inglês Peter Watkins chamaria de docudrama – que ele definiu como “o tratamento dramático dos dados e das informações”. Ele fez docudramas essenciais como "War Games" em 1965, "A Comuna de Paris", em 2000, e "Eward Munch", em 1973. Detalhe é que Peter Watkins está agora com 82 anos, mora na Lituania e mantem um site pessoal na internet.
O diretor Rodrigo Bittencourt (esq,) e o ator Emílio Orciollo Neto (Gustavo Franco, dir.)
Curiosamente, a ideia do docudrama surgiu quase ao mesmo tempo, na Inglaterra e na Itália, no momento em que televisão europeia começava a se estruturar, em busca de uma linguagem própria. Enquanto o inglês Peter Watkins trabalhava adaptando fatos históricos e jornalístico para a ficção televisiva, Roberto Rosselini fazia o mesmo em seu país. Entre 1966 e 1974 ele passou para a telinha as biografias de mais de 10 personagens históricos, entre os quais Luis XIV, Santo Agostinho, Descartes, Os Médici Blaise Pascal e Sócrates Os docudramas não são narrativas dotadas de recursos dramáticos típicos do cinema comercial, mas se preocupam com a fidelidade aos acontecimento. Elaboravam o que poderia ser visto como uma história factual, ou seja, econômica, em termos de análises e interpretações – mesmo que recorram a um protagonista para amarrar os episódios do roteiro. Isto é e um “modus operandi” muito semelhante ao que fizeram Rodrigo Bittencourt e sua equipe em “Real – o Plano por trás da História".
domingo, 9 de julho de 2017
"Ao Cair da Noite", filme de Joel Edgerton, é um bem realizado filme de terror
Filme faz jus ao título e usa muito da escuridão noturna
Joel Edgerton tem o papel protagonista do filme
Por isso o diretor e roteirista do filme Trey Edward Shults coloca em cena duas crianças, uma de 5 e outra de 17 anos. Elas não se acham num passeio, ou colônia de férias, mas moram no coração de uma selva, desprovida de luz elétrica e – o que é o pior – numa casa grande e velha, dotada inclusive de sótãos que irradiam as mais secretas conversas e de portas vedadas à passagem de todos. Essa localização já garante meio caminho andado para o despertar do drama. Mas, o diretor tem talento suficiente para tirar leite de pedra --tal como diriam profissionais do crime, tipo Agatha Christie, se estivesse sem o habitual apoio de dezenas de personagens, cada um com a sua psicologia individual. Ou se os filhos do "Capitão Fantástico" não tivessem conhecimento dos motivos pelos quais se escondiam no meio do mato.
O elenco comandado por Joel Edgerton se esforça para obter o máximo de efeito com um mínimo de recursos. E conseguem, porque no filme todos estão literalmente morrendo de medo por causa de uma ameaça que eles não sabem claramente o que seja. Em outras palavras, a produção se limita a apagar as luzes e decide economizar na cenografia e nos figurinos, porque basta uma máscara contra gazes para sugerir uma situação de horror - desde que as lentes e a câmara sejam de primeira qualidade, como devem ser aquelas providenciadas por Joel Edgerton, aqui acumulando a função de produtor. Mas não se assustem porque, mesmo sem um final que possa ser considerado conclusivo, "Ao cair da noite" é um bom filme de horror.
domingo, 2 de julho de 2017
Os filmes lançados no circuito comercial de SP na semana iniciada em 29 07 2016
Cena do filme "Terra Vermelha"
Novamente as estreias da semana abrem caminho para o cinema argentino. Desta vez por meio de uma coprodução com a Bélgica e o Brasil, num drama que apresenta uma problemática ecológica, mas que serve como pano de fundo para um incandescente caso de amor. Trata-se de “Terra Vermelha”. No 12° CineOP, um dos pontos altos foi a exibição da comédia "Um Caso de Polícia"
Carla Crivelli, diretora de "Um Caso de Polícia"
Por incrível que isso possa parecer, um dos pontos elevados da 12ª CineOP, em Ouro Preto, foi a exibição da comédia “Um caso de Polícia”, um dos primeiros trabalhos da inesquecível Glauce Rocha. Ela faleceu aos 41 anos em 1971, depois de trabalhar em 35 filmes, entre eles “Terra em Transe” de Glauber Rocha. O filme foi dirigido por Carla Civelli, irmã do célebre cineasta italiano Mario Civelli que, entre outros cargos por ele exercidos no Brasil, foi o de diretor da Maristela – uma das mais importantes produtoras dos anos de 1950 e concorrente da Vera Cruz. Hoje em dia pouca gente sabe que Carla era diretora e produtora de filmes, além de cenógrafa e montadora. Trata-se de um falso drama de suspense, porque gira em torno de uma moça que acredita ter descoberto uma trama assassina – num roteiro que causaria inveja tanto a Alfred Hitchcock quanto a Ernst Lubitch. Os cuidados técnicos do restauro dão a impressão de a obra ter sido filmada ontem, tal a nitidez e o brilho da imagem. No entanto, o que mais impressiona é a fluência da história, a competência e a vivacidade do elenco e, principalmente, a atualidade do humor que marca o argumento escrito por ninguém menos que Dias Gomes – naquele tempo e que ele se dedicava ao teatro e, portanto, na época da filmagem, possivelmente já sonhava com o enredo da peça “O Pagador de Promessas”, que três anos mais tarde foi passada para o cinema pelo produtor Oswaldo Massaini, com a qual conquistou a Palma de Ouro em Cannes.
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