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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"Sete Vidas" foi arquitetado para lançamento no Natal. Mas não podemos explicar porque.

Sete Vidas (estréia 25/12/2008) foi feito para repetir o sucesso anterior da parceria entre o ator Will Smith e o diretor italiano Gabrielle Muccino. No ano passado, eles apresentaram o infalível À Procura da Felicidade, melodrama capaz de derreter um coração de pedra. Mas a arte de estimular as lágrimas das platéias não se baseia numa ciência exata. A escolha de um roteirista (Grant Nieporte) de TV, estreante em cinema, para cuidar do roteiro faz toda a diferença. Ele abusa do mistério que, como ensinava o mestre Hitchcock, pode até ser interessante, mas não emociona. Simplesmente por lidar mais com o cérebro do que com o coração do público. Se o espectador fica se perguntando “mas que fiscal do imposto de renda é este que demonstra mais interesse em ajudar do que em processar as vítimas do leão?” está usando mais a razão que o sentimento. Não poderá se comover com um personagem que levanta dúvidas do tipo: “se ele não é gay nem aleijado, por que despreza as insinuações dessa personagem da Rosario Dawson (na foto) que ele tanto ajuda?" A fórmula, desta vez, depende quase inteiramente do carisma de Will Smith, que se esforça para segurar o interesse no protagonista até o desfecho final, quando então tudo se esclarece. Inclusive o título, e o motivo pelo qual o filme é lançado exatamente no dia do Natal. Como se o roteiro colocasse um ponto final nas dúvidas mentais, abrindo espaço para o pretendido choro. Por outro lado, é exatamente nessa ousada estratégia narrativa que reside o lado mais interessante do espetáculo e seu tema central: um caso de amor diferente de todos os demais já mostrados pelo cinema.

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