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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

"Humano - Uma Viagem Pela Vida" é um documentário poético de arrancar o folego


Documentário mostra uma diversidade de visões de mundo expostas em entrevistas

O fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand não é um nome consagrado, nem ao menos amplamente conhecido entre os realizadores de documentário – gênero que, aliás, só agora parece chamar atenção da crítica brasileira de cinema como um todo, uma vez que a associação nacional dos críticos resolveu dar início a uma pesquisa histórica em busca dos 100 melhores documentários nacionais. Voltando para Yann Arthus-Bertrand, ele está lançando "Humano – Uma Viagem Pela Vida", filmado em 60 países e envolvendo mais de 2000 entrevistas. 

A produção não esteve a cargo de nenhuma empresa, mas de duas fundações: a GoodPlanet e a Bettencourt Schueller, comprometidas com a educação sobre o meio ambiente e a luta contra as alterações climáticas e suas consequências. O primeiro filme de Yann Arthus-Bertrand foi "Home - Nosso Planeta, Nossa Casa"lançado em 2009. Era um amplo retrato do planeta que foi assistido por cerca de 600 milhões de pessoas, a maior parte fora dos circuitos comerciais. No mesmo ano, ele fez outro filme ambiental chamado "7 bilhões de Outros", visto até agora por 350 milhões. Em 2011, ele fez "Planeta Água" que impressionava pela fotografia aérea, combinada com inacreditáveis cenas submarinas. Mas a meta de "Humano – Uma Viagem Pela Vida" é ainda mais ampla. 

O que chama atenção para o aspecto artístico deste trabalho é a sua filiação a um determinado estilo de documentário pouco praticado ao longo da história. Fundado pelo holandês Joris Ivens, falecido em 1989 aos 90 anos, trata-se do documentário poético, que teve o seu ponto inicial em 1929 com o filme “Chuva”, no qual as imagens e o som eram mais importantes que os acontecimentos e as palavras. Mas desta vez Yann Arthus-Bertrand decidiu ampliar importância das narrativas individuais. É claro que nem todos os 2000 entrevistados foram incluídos na montagem final 


Depoimento do líder político uruguaio José Mujica, presente no documentário

São pessoas comuns falando espontaneamente sobre assuntos como amor, morte, ódio, discriminação, desigualdade, fome, esperança, sexo etc. E invariavelmente com a câmara situada na mesma posição, à frente de um fundo negro, sempre com o entrevistado olhando diretamente para a objetiva. Nos os críticos costumamos a implicar com os documentários que recorrem às chamadas “talking heads”, ou seja às cabeças falantes. Isto é, filmes que se resumem a uma série de depoimentos. Mas no caso de "Humano – Uma Viagem Pela Vida" todas essas falas são de alto impacto e, além disso, são entremeadas por imagens aéreas de arrancar o fôlego de qualquer um.

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