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sábado, 29 de outubro de 2016

Em sua 40º edição, a Mostra de Cinema de SP suscita os ânimos dos cinéfilos paulistanos

Poster da 40º edição da Mostra de SP

Além do Halloween que, por influência da cultura norte americana, transforma horror em brincadeira, o final de outubro traz para os cinéfilos de São Paulo uma espécie de doce pesadelo. Ou seja, o problema é conciliar o desejo de assistir as centenas de filmes oferecidos pela Mostra Internacional com a inevitável limitação imposta pelo tempo. Por serem novos, a maioria desses títulos são inéditos em todo o mundo e, portanto, são escassas as referências que poderiam permitir alguma seleção anterior. E isso quase transforma a escolha de cada programa numa espécie de jogo de adivinhação.


A organização desta que é a Mostra de número 40 procura amenizar essa angústia por meio de sessões especiais para os jornalistas. Mas é duro aceitar o fato de que muitos títulos tentadores deverão ser descartados nas decisões finais. Essa mesma dificuldade de decidir parece ter marcado a comissão julgadora da Premiere Brasil, como é chamada a Mostra Competitiva do Festival do Rio encerrada há pouco mais de uma semana. Os jurados resolveram lotear os prêmios principais, distribuindo-os entre os concorrentes. O de melhor ator foi retalhado em dois, para Nelson Xavier e Julio Trindade. O mesmo aconteceu com o de Melhor fotografia, para Heloisa Passos e Fernando Lockett.

O diretor italiano Marco Bellocchio, homenageado nesta edição da Mostra

Espalhada em 35 salas de cinema, por sua vez a Mostra Paulista tira partido de seus quarenta anos de experiência e desenvolve uma programação mais orgânica, montada em torno de figuras emblemáticas do cinema mundial contemporâneo. Isto é, um cinema que procura integrar tendências aparentemente antagônicas, como os filmes de entretenimento e aqueles comprometidos com as discussões políticas, históricas e sociológicas da atualidade. Essa característica fica corporificada na figura do cineasta Marco Bellocchio, homenageado nesta 40ª edição, quando receberá o Prêmio Leon Cacoff pelo conjunto da carreira.


Outro cineasta emblemático dessa ligação entre o cinema e as questões mais graves do planeta e que receberá o Prêmio Humanidade é o polonês Andrzej WajdaEle que também traz a política e a história no DNA de seu trabalho. Outros cineastas a serem revisitados e celebrados, principalmente por suas trajetórias, no decorrer da Mostra são Kieslowski, Jim Jarmusch, Paul Verhoven, Ingmar Bergman, Paolo Sorrentino e o saudoso Hector Babenco. 
No campo dos filmes nacionais, a grande expectativa é para "Pitanga", um dos preferidos da crítica no Festival do Rio. Trata-se de um documentário sobre aquele ator, dirigido por Beto Brant e por Camila Pitanga. Mas, em busca de um qualificativo para ilustrar, de modo geral, a qualidade do contingente dos filmes programados na 40ª Mostra, basta dizer que entre eles se encontra nada menos que 10 dos pré-candidatos ao Oscar de filme estrangeiro.

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