BASTARDOS INGLÓRIOS
Inglourious Basterds
EUA / Alemanha - 2009 – 153 min.
Gênero: Ação / História / Comédia
estréia 09/10/2009
Distribuição: Paramount
Direção Quentin Tarantino
Com Brad Pitt, Christoph Waltz,
Diane Krueger e Mélanie Laurent
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
“Bastardos Inglórios” de Quentin Tarantino é um raro caso de comédia histórica.
Poucos humoristas tentaram essa modalidade, sem cair no surrealismo do grupo Monty Pithon, (“A busca do cálice sagrado”), ou no pastelão linha irmãos Marx de Mel Brooks (“História do Mundo Parte 1”) – ambos filmes dos anos 70. O humor de Tarantino lembra o de Mario Monicelli, no clássico “O incrível exército de Brancaleone”. Ou o de Carla Camurati, no igualmente clássico “Carlota Joaquina a princesa do Brasil”.
A narrativa tangencia os fatos reais dos últimos dias de Hitler ao ar livre, antes dele se enfurnar em um bunker, do qual só sairia morto, no fim da guerra. Se antes disso, em julho de 1944, como vimos em “Operação Valkíria” com Tom Cruise, generais dissidentes tentaram explodir o fuhrer e não conseguiram, por que não imaginar outro atentado?
É o que faz Tarantino brilhantemente, com um leve sotaque caricatural, mais acentuado em personagens como o de Brad Pitt (acima) e quase realista no de Christoph Waltz (abaixo) que, aliás, ganhou o prêmio de melhor ator em Cannes por este papel de um general conhecido como “o caçador de judeus”. Brad Pitt comanda um grupo de combatentes americanos judeus que se infiltra nas linhas alemãs para espalhar o terror. Mas Tarantino não abandona o seu gosto pela violência explícita e, assim, um desses americanos é um ex-jogador de baseball que trouxe seu bastão para a guerra, só para estourar crânios nazistas.
O filme imagina dois atentados que teriam como alvo o próprio Hitler, enquanto ele estava assistindo um filme na Paris ocupada pelos nazistas. Dito isso, pode-se imaginar que o filme seja apenas uma paródia ao famoso "Operação Valkíria", mas ele faz uma sofisticada caricatura de gêneros inteiros, brincando com própria linguagem e a história do cinema. Na sangrenta cena inicial, por exemplo, ele expande artificialmente a duração da cena, exatamente como fizera Eisenstein no massacre de Odessa, em "O Encouraçado Potenkin", contando apenas com o diálogo e o brilho de Christoph Waltz. Nos momentos finais, esse mesmo ator comanda uma sangrenta paródia da Cinderella, contracenando com a bela e talentosa Diane Krueger (abaixo), no papel de agente dupla, assim como era aquela personagem de conto de fadas.
O filme se divide em capítulos, imitando os episódios de uma revista em quadrinhos e, num deles, vemos um crítico inglês especialista em cinema alemão convertido em agente secreto, só porque conhece um pouco do idioma germânico. Aquele filme que Hitler vai assistir seria uma produção do próprio Goebbels, empenhado em vencer os judeus de Hollywood em seu próprio território, ou seja, a indústria cinematográfica. Chegamos até a ver imagens deste filme que, por sua vez não passava de uma paródia alemã do célebre "Sargento York", feito por Howard Hawks em 1941, sobre um herói americano da 1ª Guerra, outro impiedoso matador de alemães.
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