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quinta-feira, 2 de julho de 2009

“Horas de Verão” é um manifesto em prol do desapego e do amor à arte.

Com o título “Le Temps de Venir” (O Tempo de Chegar) e o mesmo elenco, a continuação deste “Horas de Verão” já se acha em filmagem pelo francês Olivier Assayas (Paris, 1955). É curioso ver um jovem cineasta fazer filmes, como estes, engajados na defesa do patrimônio cultural europeu, ameaçado pela globalização. O diretor é filho do consagrado roteirista já falecido Jacques Rémy que, em 1958, fez sucesso com “A Gata”, estrelado por Françoise Arnoul. Assayas começou no cinema como crítico da revista “Cahiers du Cinema”, em 1979, quando ainda era estudante. Em 1985 assinou o roteiro de “Rendez–Vous”, de André Techiné, exibido na 10ª Mostra Internacional de São Paulo. No ano seguinte, dirigiu “Désordre”, seu primeiro longa. Seus demais trabalhos são conhecidos pelo público paulista graças à Mostra. Com exceção de “Clean”, de 2004, com o qual ele concorreu em vão à Palma de Ouro em Cannes.
“Horas de Verão” é um drama suave, praticamente desprovido de conflito, que se limita a um olhar irônico sobre a desagregação de uma família da elite cultural francesa. Aqui, no chamado Terceiro Mundo, estamos acostumados a observar exemplos de dissolução familiar provocados em sua maioria pela pobreza. Não é o que ocorre neste caso, protagonizado pelos descendentes de um pintor famoso do século XIX. Ao morrer a sua sobrinha, uma dama que se dedicava a preservar a sua memória, os herdeiros resolvem vender tudo. Inclusive a casa de campo em que ele vivera. O único parente que tinha alguma ligação afetiva com o local e suas lembranças era um economista. Mas foi voto vencido pelos irmãos globalizados: uma designer industrial que mora no EUA e um administrador que vive na China.
Horas de Verão
L’Heure d’été
Estréia 03/07/2009
França 2008
Gênero: Drama
Distribuição: Filmes da Mostra
Direção: Olivier Assayas
Com Juliette Binoche, Charles Berling,
Jérémie Renier, Edith Scob

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