O tema de uma droga especial capaz de modificar as pessoas por completo foi um dos primeiros a serem experimentados pela literatura fantástica. Antes de Aldous Huxley conceber o soma, aquela pílula de felicidade que garantia o conformismo das massas em “O Admirável Mundo Novo” (1931), Robert Louis Stevenson permitia que um médico se transformasse em monstro (“Dr Jeckill e Mr Hide” – 1886). Bem depois disso Philip K. Dick também trilhou esse mesmo caminho em obras como “A Scanner Darkly” (“O Homem Duplo”, filmado em 2006). Mas o que identifica o roteiro de “Sem Limites” é o fato da droga NZT consumida pelo personagem central não alterar fundamentalmente a personalidade do usuário, e apenas torná-lo monstruosamente mais inteligente. Nem caberia a palavra “apenas” nesta frase, porque o protagonista – interpretado por Bradley Cooper (“Se Beber não Case”) com o luxuoso auxílio de Robert De Niro como coadjuvante – se diferencia do resto da humanidade, mais ou menos como um humano dos chimpanzés. O diretor Neil Burger (“O Ilusionista” – 2006) procura descrever visualmente essa transformação, com uma computação gráfica que penetra no sistema nervoso do personagem. No entanto é mais feliz no aspecto dramático do filme, ao trabalhar com suas fragilidades, que paradoxalmente se ampliam enquanto ele vai se tornando cada vez mais poderoso e bem sucedido. Essa linha poderia se prolongar pelo filme todo, se este não fosse um produto Hollywoodiano, no qual quase todo o herói acaba recorrendo àquele traço de cowboy capaz de salvá-lo no último minuto. SEM LIMITES
The Dark Fields
EUA - 2011 – 105 min. - 12 anos estreia 25 03 2011
Gênero Fantasia / Ação / Suspense
Distribuição: Imagem filmes
Direção Neil Burger
Com Robert De Niro, Bradley Cooper
COTAÇÃO
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B O M
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