Quem só conhecia o cinema escandinavo pela via sisuda e introvertida de Ingmar Bergman poderá estranhar, mas “Em um Mundo Melhor”, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011, impressiona pela carga emotiva com que trabalha para situar o personagem central: um médico dinamarquês que presta serviço num campo de refugiados de um país africano transtornado pela miséria e pela guerra civil.
Ao longo do filme, veremos que a diretora Susane Bier (do excelente “Depois do Casamento – 2006) não hesita em recorrer ao melodrama − recurso narrativo que, na maioria das vezes mas nem sempre, esteve a serviço de produtos de nível inferior. Neste caso, a estratégia de desenhar vários e intrincados laços afetivos envolve o protagonista numa escalada de agressividade que explode no quintal de sua própria casa. Um enganoso refúgio de tranqüilidade situado numa pacata cidade daquela nação que se acredita ser uma das mais civilizadas do planeta.
O seu filho pré-adolescente é vítima de bullyng na escola e um amigo dele resolve revidar com desmedida brutalidade. É curioso notar que naquele país parece não haver legislação especial para menores de idade e os garotos são tratados pela polícia como suspeitos comuns. Por outro lado, as autoridades − como professores, policiais e psicólogos − tentam culpar os pais pelo ocorrido. Como se o fato deles terem se divorciado pudesse explicar tudo e como se a internet e os videogames não funcionassem atualmente como fascinantes manuais didáticos de violência pura.
De volta à África, o médico, que em nome do pacifismo costumava a refutar até o princípio da legítima defesa, é confrontado diretamente com o mal em sua mais virulenta manifestação e precisa rever seus parâmetros morais. Por meio de atuações discretas e de um texto cortante e enxuto, a cineasta discute os contrastes da natureza humana, sempre oscilando entre o perdão e a vingança, ou seja, entre a capacidade de compreender ou de odiar o semelhante.
Ao longo do filme, veremos que a diretora Susane Bier (do excelente “Depois do Casamento – 2006) não hesita em recorrer ao melodrama − recurso narrativo que, na maioria das vezes mas nem sempre, esteve a serviço de produtos de nível inferior. Neste caso, a estratégia de desenhar vários e intrincados laços afetivos envolve o protagonista numa escalada de agressividade que explode no quintal de sua própria casa. Um enganoso refúgio de tranqüilidade situado numa pacata cidade daquela nação que se acredita ser uma das mais civilizadas do planeta.
O seu filho pré-adolescente é vítima de bullyng na escola e um amigo dele resolve revidar com desmedida brutalidade. É curioso notar que naquele país parece não haver legislação especial para menores de idade e os garotos são tratados pela polícia como suspeitos comuns. Por outro lado, as autoridades − como professores, policiais e psicólogos − tentam culpar os pais pelo ocorrido. Como se o fato deles terem se divorciado pudesse explicar tudo e como se a internet e os videogames não funcionassem atualmente como fascinantes manuais didáticos de violência pura.
De volta à África, o médico, que em nome do pacifismo costumava a refutar até o princípio da legítima defesa, é confrontado diretamente com o mal em sua mais virulenta manifestação e precisa rever seus parâmetros morais. Por meio de atuações discretas e de um texto cortante e enxuto, a cineasta discute os contrastes da natureza humana, sempre oscilando entre o perdão e a vingança, ou seja, entre a capacidade de compreender ou de odiar o semelhante.
EM UM MUNDO MELHOR
Hævnen / In a Better World
Suécia/ Dinamarca – 2010 – 118 min. - 14 anos
estreia 11 03 2011
Gênero Drama / social
Distribuição Califórnia Filmes
Com Mikael Persbrandt e Markus Rygaard
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO
Hævnen / In a Better World
Suécia/ Dinamarca – 2010 – 118 min. - 14 anos
estreia 11 03 2011
Gênero Drama / social
Distribuição Califórnia Filmes
Com Mikael Persbrandt e Markus Rygaard
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO
Um comentário:
Desta última leva, depois dos clichês cisne negro e discurso do rei, quem sabe este é um filme de peso?!
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