Para não estragar a surpresa do espetáculo, isso é praticamente tudo o que se pode revelar sobre a história. Mas, cabe uma reflexão sobre os misteriosos caminhos do cinema, em sua capacidade de ligar universos culturais extremamente distantes. Navegando nas correntes do inconsciente coletivo, a história de Hanami – Cerejeiras em Flor faz uma ligação com o candomblé afro-brasileiro, religião que a antropologia classifica como fetichismo animista. Por meio da dança e da roupa que vestem no momento do culto, as “filhas de santo” incorporam as entidades sagradas. Um processo equivalente ocorre com os personagens do filme. Só vendo para acreditar.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Em "Hanami – Cerejeiras em Flor", amor, morte e um inesperado misticismo
Corra porque talvez ainda dê tempo para ver Hanami – Cerejeiras em Flor, da alemã Doris Dörrie (Hannover – 1955). Essa é uma pessoa notável, escritora de best-sellers de ficção, diretora de filmes premiados na Europa e ainda não conhecidos entre nós. Escreveu crítica de cinema enquanto estudava em Munique, fez pós-graduação em drama em Nova York e desde 2001 dirige óperas em Berlim. Este seu último trabalho quase levou o Urso de Ouro no Festival de Berlim e ganhou 7 outros prêmios internacionais. Trata-se de um drama que tem a ousadia de encarar de frente o tema da morte anunciada de uma pessoa com quem se divide a existência. Na casa dos 70 anos de idade e com os filhos já adultos, uma dona de casa recebe a notícia de o marido deverá morrer em breve. Sem lhe contar nada sobre isso, ela então o convence a viajar, para aproveitar do melhor modo possível o tempo que sobra.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário