Agora o personagem “Astro Boy” personifica uma procura de aceitação global pela indústria japonesa de animação. Reconhecida e reverenciada mundialmente, a obra chega ao cinema numa co-produção entre americanos, japoneses e chineses. O diretor, por sinal, é um inglês, David Bowers, o mesmo da animação “Por Água Abaixo”. Assim, a história e seu ritmo de desenvolvimento se aproximam muito do estilo ocidental, situados entre as linhas da Disney clássica e da moderna Pixar.
A primeira aproximação é com Wall-e, porque tudo acontece num mundo pós-apocalíptico em que a humanidade pode construir robôs perfeitos, mas ainda não sabe eliminar a poluição do planeta. E a segunda é com o clássico Pinóquio, porque Astro Boy é um robô construído por um cientista à imagem e semelhança do filho que perdera. A semelhança está inclusive na estrutura, porque, antes de tornar-se o herói da história, o protagonista passa um tempo "perdido" numa espécie de circo. Assim como acontecia com a criatura de Collodi popularizada por Walt Disney. O charme do roteiro é que o personagem julga ser um menino de carne e osso e, mesmo depois de descobrir a sua verdadeira origem, continua agindo como tal. O resto é pura ação, dosando humor e reflexões de ordem moral que tendem para universalidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário