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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

25 anos depois de "O Exterminador do Futuro", Cameron inova com "Avatar"

No século 19, os jovens se emocionaram com os homens matando a super baleia "Moby Dick" e a lula gigante de "20 Mil Léguas Submarinas". Nas matinês dos cinemas no século 20, eles torciam pelos caubóis trucidando os búfalos e os índios nas pradarias. Anos depois, suspiravam aliviados quando o filme “A Guerra dos Mundos” terminava com os invasores extraterrestres derrotados por um micróbio. Mas as coisas mudaram e, em 1984, James Cameron lançava “O Exterminador do Futuro”, em que as máquinas guerreavam com a humanidade. Agora, passado ¼ de século, os humanos agem como alienígenas destruidores em seu próprio planeta. E James Cameron lança esse magnífico “Avatar”, ambientado no ano 2154, quando não existe mais vegetação na terra e, em busca de um minério raro, as nossas espaçonaves conquistam um satélite de Saturno habitado por humanóides.
Como a atmosfera local é irrespirável pelos terráqueos, os cientistas criam avatares, ou seja, corpos de nativos com a mente controlada por operadores humanos, para apoiar a ocupação militar do planeta. Mesmo dispondo apenas de arcos e flechas, como os nossos indígenas, os habitantes do local reagem. No entanto, os terrestres não sabem que aquele povo vivia em comunhão com a selva. Não de maneira mística, mas de um modo orgânico. “Avatar” mostra novamente uma guerra contra a natureza, na qual os predadores humanos não enfrentam apenas uma baleia, mas todos os seres vivos de um planeta, interligados por uma espécie de "rede neural", comandada por algo como uma consciência cósmica.
“Avatar” é uma obra de ficção científica construída com elementos costumeiros do gênero, mas, ao mesmo tempo, absolutamente inovadora. Entre os temas centrais está o da expansão interplanetária, com a conquista de um satélite habitado de Saturno chamado Pandora. Esse choque entre mundos é acompanhado por um conflito de civilizações: a sofisticação tecnológica dos humanos contra a vida selvagem dos nativos. E aí temos o segundo tema que é o do herói dividido entre dois povos, como “Tarzan”, ou “O último dos moicanos”. Nas aventuras de faroeste os povos primitivos são derrotados. Mas não neste filme, porque os pobres indígenas de Pandora são detentores de um saber mais poderoso do que a ciência.
Essa idéia apareceu na literatura de ficção científica há exatamente 50 anos e até agora não fora explorada no cinema. Em 1960, o antropólogo Chad Oliver (1928-1993) publicava a novela Unearthly Neighbors, que foi traduzido entre nós como “Os Senhores do Sonho”. Mostrava um povo praticamente destituído de cultura material − por isso, passível de ser classificado como primitivo − e que, no entanto, progrediu em outros aspectos. Uma cultura que nem conhecia o uso do fogo, mas evoluiu em termos de habilidades mentais, como telepatia etc. Além de uma indescritível guerra entre a tecnologia a natureza, do ponto de vista visual, “Avatar” realiza uma síntese de tudo o que o gênero apresentou no cinema ao longo de sua trajetória. Mas também traz idéias novas. Por exemplo: montanhas que flutuam no céu e sementes de árvores que são espíritos puros. Talvez a mais curiosa seja tratar as caudas dos animais como "cabos de força de psíquica", por meio dos quais eles se comunicam mentalmente.
Avatar
Avatar
estréia 18/12/2009
gênero fantasia / ficção científica
distribuição Fox
Direção James Cameron
Com Sigourney Weaver, Sam Worthington, Zoe Saldana

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