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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Os admiradores me perdoem, mas, desta vez Almodóvar trabalhou com a “mão pesada”.

Costumava-se usar essa expressão há mais ou menos 30 anos, quando um diretor exagerava naquilo que pode ser chamado de suas “marcas de estilo”. Quando deixava um rastro de artificialismo em toda a encenação, que parecia forçada e um tanto sem graça. Mais uma vez ele retoma uma história melodramática, construída a partir de um arrebatamento emocional. O problema é que em "Abraços Partidos" os personagens se emocionam mais que o público. O protagonista é um ex-diretor de cinema que, há 15 anos, ficou cego num acidente de automóvel em que, aliás, morreu a sua amada, interpretada por Penélope Cruz. E tome flash back para ir explicando o que aconteceu no assado, pra nós e para os demais personagens. Aliás, nem precisaria, porque (apesar do improvável desfecho) esse relato é bastante previsível: um pastiche de dramas típicos dos film noir dos anos 40, com um forte tempero hitchcockiano, talvez para dar uma impressão de mais densidade ao molho. A propósito: a mencionada “mão pesada” se manifesta de modo gritante na trilha sonora, uma paródia da música de suspense na linha de Bernard Hermann. O mais decepcionante é a falta de humor. Nem a costumeira aparição de Rossy de Palma funciona como piada. A única cena naturalmente engraçada é um diálogo sobre um filme de vampiro bolado pelo seu datilógrafo adolescente – uma alusão de “Abraços Partidos” à série “Crepúsculo”.

ABRAÇOS PARTIDOS
Los Abrazos Rotos
estréia 4/12/2009
Direção Pedro Almodóvar
Espanha - 2009 – 129 min.
Gênero Drama
Distribuição Paramount
Com Penélope Cruz, Lluis Homar, Blanca Portillo

Um comentário:

Paloma Rodrigues disse...

Eu gostei de filme, mas não é o melhor que Almodóvar pode nos dar.

Gosto desse ar exagerado que o filme tem.