Mas não se espere deste filme a mesma comicidade verbal e visual do clássico “M.A.S.H.”, que Robert Altman fez em 1972 e nem a graça de Steven Spielberg em “1941”, que ele filmou em 1979. Muito menos a verve de Tarantino no recente “Bastardos Inglórios”. Com direção de Grant Heslov que, em 2005, chegou a ser indicado para o Oscar pelo roteiro de “Boa Noite e Boa Sorte”, dirigido por George Clooney, o humor de “Os homens que encaravam cabras” não é capaz de provocar sonoras gargalhadas, e sim o sorriso de cumplicidade de quem compreende uma piada mais complexa e inteligente do que a média. O seu gênero não é o pastelão, nem a paródia, mas a caricatura desenhada a partir de situações e personagens retirados do mundo real. Mais ou menos no estilo da revista cômica americana “National Lampoon” ou dos filmes dos irmãos Coen. Ou seja, para achar graça nele, é preciso um conhecimento prévio a respeito das figuras e dos valores a partir dos quais o filme constrói suas brincadeiras.
Vivido por Ewan McGregor, o protagonista é um jornalista de província, ingênuo e desinformado o bastante para se comover com um discurso de George Bush e partir para o Iraque em busca de uma reportagem capaz de resgatá-lo do anonimato. E lá, embarca numa desastrosa aventura ao se envolver com um destacamento militar dedicado a pesquisar técnicas de combate para soldados paranormais. Entre eles, George Clooney, Jeff Bridges e Kevin Spacey, tentando realizar façanhas das mais bizarras, como atravessar paredes, ou dispersar nuvens e matar cabras só pelo olhar. Coisas afinal tão absurdas, como a guerra em si.
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