Após ter ficado evidente que o nicho estava vazio, resolveu-se investir no cinema sobre e para adolescentes. Não valeria filmes para adultos que usam a garotada como tema, como foi o caso de “À Deriva” de Heitor Dhalia. O mercado se ressente de produções brasileiras capazes de arrancar a galera dos videogames e atraia a moçada para as salas de cinema. Afinal, eles representam uma valiosa fatia do público, como ficou provado nas séries “Crepúsculo” e “High School Musical”. Somente neste mês se anunciam quatro longas −“Os Famosos e os Duendes as Morte” (de Esmir Filho), “Antes que o Mundo Acabe” (de Ana Luiza Azevedo), “Sonhos Roubados” (de Sandra Werneck) e “As Melhores coisas do Mundo” que estréia nesta semana.
Dirigido por Laís Bodanzky, este é o melhor. O de Esmir Filho é uma viajem quase metafísica: numa cidadezinha no interior de Sta Catarina, um rapaz se acha obcecado pelo suicídio da irmã de um colega. Com um dedo de Jorge Furtado no roteiro, o filme de Ana Luiza Azevedo narra o encontro de garoto com o pai que nunca conheceu. Para justificar o fato de que a comunicação entre eles acontece por meio do correio, esse pai foi colocado num convento da Tailândia, onde se recupera de malária. Já Sandra Werneck descreve a trajetória de três amigas numa favela carioca se iniciando na prostituição. Mas “As Melhores coisas do Mundo” se coloca acima dos concorrentes. O roteirista Luis Bolognesi baseia o roteiro em livro de Gilberto Dimenstein que parte de uma observação muito próxima dos estudantes paulistas. E assim elabora uma trama emocionante e bem humorada sobre as coisas de fato relacionadas com a juventude. Entre elas o chamado bullying – variadas agressões e humilhações que os estudantes infligem uns aos outros – um processo agora muitas vezes amplificado por meio do celular e da internet. Segundo uma pesquisa recente, 10% dos alunos sofre esse tipo de violência que, no filme, vemos se espalhar em todos os níveis da atividade escolar.
O protagonista é um garoto que se vê gravemente atingido pela separação dos pais, pela calúnia lançada contra o professor mais admirado da escola e por ter se apaixonado justamente por sua melhor amiga. Pra completar o quadro, há a tentativa de iniciação sexual num prostíbulo e a depressão sofrida pelo irmão mais velho. Veremos que, no mundo atual, um professor de violão pode desempenhar o papel que os gurus e eremitas cumpriam nas fábulas. E também percebemos que, para a adolescência, a participação política – mesmo não partidária e nem ideológica – é fundamental para a promoção de seu amadurecimento. Quando os personagens centrais se posicionam ao lado do professor injustiçado, eles começam a ver as coisas mais claramente e a ter condições de comandar seus próprios destinos.
Dirigido por Laís Bodanzky, este é o melhor. O de Esmir Filho é uma viajem quase metafísica: numa cidadezinha no interior de Sta Catarina, um rapaz se acha obcecado pelo suicídio da irmã de um colega. Com um dedo de Jorge Furtado no roteiro, o filme de Ana Luiza Azevedo narra o encontro de garoto com o pai que nunca conheceu. Para justificar o fato de que a comunicação entre eles acontece por meio do correio, esse pai foi colocado num convento da Tailândia, onde se recupera de malária. Já Sandra Werneck descreve a trajetória de três amigas numa favela carioca se iniciando na prostituição. Mas “As Melhores coisas do Mundo” se coloca acima dos concorrentes. O roteirista Luis Bolognesi baseia o roteiro em livro de Gilberto Dimenstein que parte de uma observação muito próxima dos estudantes paulistas. E assim elabora uma trama emocionante e bem humorada sobre as coisas de fato relacionadas com a juventude. Entre elas o chamado bullying – variadas agressões e humilhações que os estudantes infligem uns aos outros – um processo agora muitas vezes amplificado por meio do celular e da internet. Segundo uma pesquisa recente, 10% dos alunos sofre esse tipo de violência que, no filme, vemos se espalhar em todos os níveis da atividade escolar.
O protagonista é um garoto que se vê gravemente atingido pela separação dos pais, pela calúnia lançada contra o professor mais admirado da escola e por ter se apaixonado justamente por sua melhor amiga. Pra completar o quadro, há a tentativa de iniciação sexual num prostíbulo e a depressão sofrida pelo irmão mais velho. Veremos que, no mundo atual, um professor de violão pode desempenhar o papel que os gurus e eremitas cumpriam nas fábulas. E também percebemos que, para a adolescência, a participação política – mesmo não partidária e nem ideológica – é fundamental para a promoção de seu amadurecimento. Quando os personagens centrais se posicionam ao lado do professor injustiçado, eles começam a ver as coisas mais claramente e a ter condições de comandar seus próprios destinos.
AS MELHORES COISAS DO MUNDO
estreia 16 04 2010
Brasil - 2010 – 107 min. - 14 anos
Gênero Drama / social
Distribuição Warner Bros.
Direção Laís Bodanzky
Com Denise Fraga, Paulo Vilhena,
Caio Blat, Francisco Miguez
estreia 16 04 2010
Brasil - 2010 – 107 min. - 14 anos
Gênero Drama / social
Distribuição Warner Bros.
Direção Laís Bodanzky
Com Denise Fraga, Paulo Vilhena,
Caio Blat, Francisco Miguez
COTAÇÃO
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ÓTIMO
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