As origens temáticas de “O Vencedor” nada têm a ver com a linhagem de “Rocky”, ou mesmo de James J. Braddock − o lutador historicamente verdadeiro e conhecido como o cinderella man em “A Luta pela Esperança” (2005) de Ron Howard. Naqueles filmes, além de sua própria determinação, os heróis do ringue se apoiavam nos amigos e parentes para pavimentar o seu caminho para a vitória. Chega a ser curioso o fato da Academia de Hollywood ter acolhido entre os finalistas ao Oscar uma obra em que a família do protagonista representa o principal obstáculo que ele precisa ultrapassar para alcançar seu objetivo. Todos sabem o quanto aquela instituição é importante para o cinema industrial americano.
Mas, neste o lutador de boxe interpretado por Mark Whalberg depende da própria família e, ao mesmo tempo, é sufocado por ela. É uma gente tosca e bizarra de uma cidade operária de Massachusetts, que lembra a parentalha de Nino Manfredi daquela favela romana em “Feios, Sujos e Malvados” (1976) de Ettore Scola, só que desenhados com cores fortes, sem qualquer elemento humorístico. O diretor David O. Russell é considerado um dos gênios da farsa autoral e sofisticada por seu trabalho “A vida é uma comédia” (2004), mas aqui ele se posiciona discretamente, como um observador dedicado a descrever a vida como ela é, num bairro pobre de imigrantes irlandeses, em que lucidez e solidariedade são apenas palavras ouvidas na missa.
O comando do clã cabe à obsessiva mãe (Melissa Leo – “Rio Congelado”, 2008) e o seu treinador é o irmão viciado em crack (Christian Bale – “Batman Begins”, 2005). Ambos são favoritos ao Oscar de melhores coadjuvantes, justamente porque trabalham no limite entre a caricatura e o registro naturalista, montando seus personagens com empenho e convicção. Aliás, Hollywood sempre admirou atores que se transformam fisicamente para a produção do filme e personagens que lutam por uma segunda chance.
Mas, neste o lutador de boxe interpretado por Mark Whalberg depende da própria família e, ao mesmo tempo, é sufocado por ela. É uma gente tosca e bizarra de uma cidade operária de Massachusetts, que lembra a parentalha de Nino Manfredi daquela favela romana em “Feios, Sujos e Malvados” (1976) de Ettore Scola, só que desenhados com cores fortes, sem qualquer elemento humorístico. O diretor David O. Russell é considerado um dos gênios da farsa autoral e sofisticada por seu trabalho “A vida é uma comédia” (2004), mas aqui ele se posiciona discretamente, como um observador dedicado a descrever a vida como ela é, num bairro pobre de imigrantes irlandeses, em que lucidez e solidariedade são apenas palavras ouvidas na missa.
O comando do clã cabe à obsessiva mãe (Melissa Leo – “Rio Congelado”, 2008) e o seu treinador é o irmão viciado em crack (Christian Bale – “Batman Begins”, 2005). Ambos são favoritos ao Oscar de melhores coadjuvantes, justamente porque trabalham no limite entre a caricatura e o registro naturalista, montando seus personagens com empenho e convicção. Aliás, Hollywood sempre admirou atores que se transformam fisicamente para a produção do filme e personagens que lutam por uma segunda chance.
O VENCEDOR
The Fighter
EUA / 2010 / 115 min / 14 anos
gênero / drama / boxe / crítica social
estreia 04 02 2011
Distribuição Imagem
Direção David O. Russell
Com Mark Whalberg, Christian Bale,
Amy Adams e Melissa Leo
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO
The Fighter
EUA / 2010 / 115 min / 14 anos
gênero / drama / boxe / crítica social
estreia 04 02 2011
Distribuição Imagem
Direção David O. Russell
Com Mark Whalberg, Christian Bale,
Amy Adams e Melissa Leo
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO
Um comentário:
Eu primeiro mil vezes um filme que mostra o povo como "sujos, feios e malvados" do que a cantilena demagógica de que do lixo brota uma beleza extraordinária. Valeu a dica. Eu nem ia assitir este filme,agora me interessei.
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