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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Cisne Negro", o palco montado para emoldurar o talento de Natalie Portman

A essência da personagem de Natalie Portman já vem explicitada no cartaz do filme “Cisne Negro”, mostrando o seu rosto com um tratamento gráfico escultural e rachado ao meio. Ela encara a câmara com um olhar enigmático, ao mesmo tempo firme e desesperado. A idéia de uma estátua de pedra que se quebra condiz com a figura da bailarina clássica por ela interpretada: um ser humano que se fragmenta por dentro, ao buscar a perfeição apolínea do corpo. Já vencedora no Globo de Ouro, Natalie Portman é a favorita para o Oscar de melhor atriz interpretando essa artista que perde o equilíbrio mental ao ensaiar o tradicional Lago dos Cisnes.
O diretor Darren Aronofsky (“O Lutador”, 2010) mantém os conflitos psíquicos na superfície: a moça é dominada pela mãe que vem a ser uma bailarina frustrada e cuida dela como se fosse um bebê. Com mais de 20 anos, ela se mantém virgem como uma vestal dedicada exclusivamente à arte. Mas o coreógrafo da companhia quer vê-la interpretando os dois cisnes do balé de Tchaicovski, o branco e o negro, e para isso a convida para liberar o lado escuro da sua personalidade: “Let it go!” − repete ele como um mantra. Talvez apenas como recurso didático, tenta seduzi-la, mas ela se encanta com a rival, que é o papel de Mila Kunis (ABAIXO). Ou seja, do ponto de vista psicológico a trama é simples, mas a sofisticação do filme se manifesta no modo de apresentá-la.
Para começar tudo é mostrado sob o ângulo pessoal da protagonista que, sem aviso para o público, transita da realidade para a alucinação, como quem muda de sapatilha. Até mesmo os personagens com os quais Natalie Portman contracena não passam de projeções de sua própria mente – e por isso se mostram às vezes caricaturais. Alguns colegas comparam o filme a “Repulsa ao Sexo” (Roman Polanski, 1965) e até a “O Gabinete do Dr. Caligari” (Robert Wiene, 1920), mas em ambos os casos, as alucinações recebiam um tratamento visual mais explícito e claro para o espectador. Já em “Cisne Negro”, a charada proposta pelo cartaz somente vai se desvelando pouco a pouco, à medida que se percebe a lógica da narrativa por trás da loucura narrada.
CISNE NEGRO
Black Swan
EUA - 2010 – 113 min. - 16 anos
ESTREIA 04 02 2011
gênero suspense psicológico / música / balé
Distribuição Fox Films
Direção: Darren Aronofsky
Com Natalie Portman, Mila Kunis,
Vincent Cassel, Winona Ryder e Barbra Hershey
COTAÇÃO
* * *
B O M

6 comentários:

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Oi, Luciano! Quanto tempo!

Concordo 100% com sua crítica. O filme está sendo supervalorizado. Ele não passa de "bom".

Bjs e até logo

Enaldo Soares disse...

Eu achei este filme uma sucessão de clichês.

Nettocampomaior disse...

Você pode já ter assistido tudo, mas não viu este.

http://cinemascopeblog.blogspot.com/

Anônimo disse...

Após ser questionado por minha Namorada Kátia, sobre minha opinião. Se havia achado o filme bom ou ruim, segundos após o termino do mesmo. Onde em meus pensamentos ainda ecoavam as repetidas palavras citadas por Natalie: - “Perfeito, perfeito...” , nos últimos instantes de sua perfeita interpretação. Percebi que se minha resposta fosse: - Sim, o filme é muito bom! Seria um grande insulto a tudo o que de mais “Fantástico” e extraordinariamente “Límpido”, esteve diante dos meus sentidos mais importantes, durante aqueles últimos minutos, em que estive ao lado Dela, naquela sala de cinema.

“Cisne Negro”, apesar do gênero ser totalmente diferente, estar no nível de “DogVille” e não de apenas um filme “muito bom”.

Matheus de Arruda Jesus disse...

Parabéns pelo texto Luciano.
Também escrevi um texto sobre esse filme no meu blog, se puderem pessoal acessem, o link é: http://leituradecinema.blogspot.com/. Se possível, sigam. Obrigado. Abraços à todos.

Rissa disse...

eu achei o filme perfeito. mexe com o seu psico tambm.