Em 2004, Nancy Meyers passou para o primeiro plano das discussões sobre cinema com o seu simpático e instigante “Alguém tem que Ceder” (Something’s Gotta Give) com Jack Nicholson e Diane Keaton, classificado como “comédia romântica pata terceira idade”. Com “Simplesmente Complicado” (It’s Complicated), também escrito e dirigido por ela, que acaba de ultrapassar a marca dos 60 anos, o rótulo poderá ser o mesmo. De novo, o público é levado a se perguntar com que será que a protagonista vai ficar e podemos adiantar que a solução dramática do filme anterior era mais engenhosa. Desta vez ela faz como alguns redatores brasileiros de telenovela e apresentam dois finais para a mesma trama. Steve Martin e Alec Baldwin disputam Meryl Streep de um modo bem original. Baldwin e Meryl estão divorciados há 10 anos. Ele se casou com uma mulher mais jovem, mas o casamento não vai bem. E ela começa a se sentir mais livre, porque os três filhos já são adultos.
Para surpresa deles, no dia da formatura do mais novo, eles começam a ter um caso. Justamente quando ela começa a ser cortejada por um arquiteto vivido por Steve Martin, torna-se amante do ex-marido. Ele se sente atraído pela idéia de reconstituir a família original, porque a mais recente tem trazido muitos problemas e raras alegrias. E ela desenvolve a teoria de que, agora, livres dos problemas que sobrecarregavam o cotidiano casal há 10 anos, é possível retomar um relacionamento apenas no prazer. Aliás, o sexo assume uma função importante nesse enredo, porque, como novos amantes, eles experimentam um desempenho bem mais satisfatório do que no tempo em que eram velhos casados. É nessa área, porém, que a senhora Nancy Meyers escorrega, espalhando alguns gracejos meio grosseiros pelo diálogo, geralmente ágil e elegante, no qual brilham algumas piadas dignas de Woody Allen da primeira fase. O qüiproquó que envolve um computador funciona bem e até atribui um toque mais atual para a trama. Mas, não precisava usar o regador do jardim como metáfora da ejaculação...
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Um comentário:
Esse filme é otimo,divertido e para pensar, mas não acho que merece nem Oscar e nem é melhor do que "Alguem tem que ceder".
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