Protagonizado por Robert Downey Jr, no papel de Steve Lopes, famoso jornalista californiano, e por Jamie Foxx, interpretando um morador de rua que fora concertista de violoncelo – objeto das suas crônicas no Los Angeles Times. É dirigido pelo inglês Joe Wright, que fez o excelente “Desejo e Reparação” e escrito por Susannah Grant que redigiu o também premiado “Uma Mulher de Talento”. Essa dupla não quis seguir a já desgastada tradição hollyoodiana que se estende desde os anos 30, desenvolvida como meio de compensar o desespero social trazido pela crise de 29, e que consistia em fazer filmes para renovar a confiança das pessoas no sistema capitalista.
Como alguém informado por aqueles filmes, a princípio o personagem do Steve Lopez tenta transformar o músico de rua numa figura típica de filme de Frank Capra: em sua fantasia, ele acabaria superando os limites por conta de seu talento e conquistando a redenção por meio de uma segunda chance. Mas isso não ocorre e os realizadores de “O Solista” conseguem produzir emoção, mesmo contando a história de um perdedor. A propósito, as cenas em que ele reconsitui a zona de consumo de drogas de LA, um lugar mais tétrico que a Cracolândia paulista, esfaqueia qualquer coração. Na verdade, o jornalista quase perde a capacidade de acreditar, não apenas no sistema, mas em si mesmo. Esse é o tema real do filme, de resto um luxuoso exercício de estilo, com destaque para o casamento entre música e imagens, como na cena em que a cidade de Los Angeles como que flutua ao som de Beethoven. A trilha do impecável de Dario Badalenti é a moldura sonora para imagens de dolorida beleza, como o momento em que, sentado diane de uma sinfônica, o ex-músico recebe o impacto do primeiro acorde de um concerto de Beethoven.
Direção de Joe Wright
Inglaterra / EUA / França - 2009 – 117 min.
Gênero: drama / história
Gênero: drama / história
Distribuição Paramount
estréia 06/11/2009
estréia 06/11/2009
Com Robert Downey Jr, Jamie Foxx e Catherine Keene
Um comentário:
Sensibiliddade e incredulidade ,porem a persistência do jornalista nos faz encarar a esquizofrenia sob outro enfoque , mas o siginificado da amizade permanece.Bom demais
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