Ocorre que este documentário se perde na busca de um estilo, que apenas insinua nas primeiras seqüências, na trilha sonora e no tratamento de algumas imagens em que se procura animar fotografias. Há uma tentativa de fazer humor, ou brincadeira, com a música e determinadas entrevistas, talvez para obter um interesse maior por parte do público. Outro problema é o eventual descuido na identificação dos entrevistados que, por se sucederem em grande quantidade, provocam certa confusão na narrativa. Num artigo, o mestre Eduardo Escorel considera o depoimento de uma funcionária da escola em que Boilesen estudava na Dinamarca como uma “tentativa simplória de decifrar a sua personalidade”.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
“Cidadão Boilesen” informa, ilustra, discute, denuncia, peca por excesso...
Entra em cartaz o documentário “Cidadão Boilesen”, premiado no último Festival É Tudo Verdade de documentários. O tema é a vida e a morte em 1971 de Henning Albert Boilesen, o dinamarquês naturalizado brasileiro (nas fotos acima e abaixo) e presidente da Ultragaz que, durante a ditadura militar, recolhia contribuições dos empresários para financiar a Operação Bandeirante e gostava de assistir as sessões de tortura. Dirigido por Chaim Litewski, o brasileiro que atualmente chefia o departamento de televisão da ONU, o filme reúne um volumoso material de arquivo e dezenas de depoimentos de gente que acompanhou aqueles acontecimentos. Destaca-se a declaração de um militante que participou da execução do personagem. Os representantes do outro lado, antigos agentes da repressão, repetem os discursos de sempre. Mas, por algum motivo misterioso, a voz do próprio Boilensen jamais se escuta durante o filme.
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