Che 2 – A Guerrilha” é a continuação do filme de Steven Soderbergh produzido por Benício del Toro. Na primeira parte, intitulada “Che – o argentino” ainda havia a inserção de pensamentos do líder revolucionário, como uma voz em off na trilha sonora, além de trechos reconstituídos de seu pronunciamento na ONU. Mas aqui nada se coloca do universo interior do personagem. Nenhum conflito interno, nenhuma cogitação. Não vemos o que seria uma ação dramática, apenas a sua movimentação física. Isso porque a câmara se limita a registrar as atividades e as falas de fato pronunciadas por ele, durante a guerrilha na Bolívia − período em que se achava isolado de qualquer comunicação com o mundo exterior. Com exceção das cartas que trocava por meio dos raros e eventuais visitantes ao seu acampamento. Um dos únicos momentos de drama acontece quando ele critica um desses mensageiros, a russa Tânia, interpretada por Franka Potente. Apenas em duas ou três cenas a câmara se afasta do acampamento e revela o que acontecia fora dali. Numa delas, aparecem o presidente Barrientos da Bolívia e os militares americanos. E em outra, Fidel Castro, passando a receita de um prato típico. Mais até do que a primeira, portanto, esta segunda parte é exemplo de um trabalho em que a forma se impõe ao conteúdo. Ou seja, o estilo adotado para descrever a campanha boliviana de Che Guevara acaba por reduzir o alcance da obra como um todo.
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