


Essa afirmação, aliás, amplia o interesse numa discussão sobre o filme. Tinha que ser uma comédia e Robert Weide, o diretor escolhido (especialista no humor de Groucho Marx e Lenny Bruce) fez uma leitura do protagonista na linha da comicidade ácida. Mas o ator Simon Pegg (ganhador do “Prêmio Peter Sellers” por seu trabalho na TV britânica) o temperou com doses de figuras célebres de Sellers, como o inspetor Clouseau (“A Volta da Pantera Cor de Rosa”, 1975 - de Blake Edwards) e Hrundi Bakshi (“Um Convidado Bem Trapalhão”, 1968, do mesmo diretor). É também interessante estabelecer um paralelo com os personagens típicos de Woody Allen, que combinavam fragilidade existencial e física com uma insistente arrogância intelectual.
Um Louco Apaixonado
1. O título original parodia o nome de um livro publicado em 1937 e que foi um dos grandes best sellers do século 20. Será que a comparação entre o autor daquele que foi, talvez, um dos primeiros do gênero “auto-ajuda” e o personagem central do filme diz alguma coisa?
2. O que enuncia o roteiro sobre a modalidade jornalística hoje denominada “de celebridades” e como coloca a sua vizinhança com o jornalismo cultural? Há algum caso brasileiro semelhante ao do filme?
3. Como mostra o estilo de trabalho na chamada “grande imprensa”, comparado à “imprensa alternativa”, que por aqui já foi denominada de “nanica”? Há alguma crítica nessa apresentação?
4. O filme comprova a opinião do seu produtor, pela qual “a indústria jornalística pode, no fundo, corromper”? No caso, quem seria corrompido por quem: o público, os jornalistas, os "relações públicas" ou os entrevistados?
5. Qual a visão do filme, ou de seus personagens, no que se refere à “massa” dos leitores e das pessoas (artistas, intelectuais e celebridades) que formam o campo de interesse da revista “Sharps”, uma caricatura da Vanity Fair? Nota-se aí algum efeito "narcotizante"?
6. Como descreve os conflitos e as tensões internas de uma publicação industrial. entre as quais ocorre a ascensão profissional do protagonista, em contraponto com os editores e o “publisher”? O conteúdo do que é publicado resulta diretamente da vontade do proprietário da publicação?
7. Que tipo de “parentesco” eles apresentam com outras figuras verdadeiras e fictícias do jornalismo? Como o repórter Hildy Johnson e o editor Walter Burns de “A Primeira Página”, 1974 de Billy Wilder – este também presente em “Jejum de Amor”?
8. Que distância, ou aproximação, estes apresentam com o mundo real do jornalismo?
Espero que as respostas a essas indagações possam ser brevemente aqui publicadas.

How to Lose Friends & Alienate People
2009 - EUA
estréia 27/03/2009
Direção de Robert Weide
Com Simon Pegg, Danny Huston,
Jeff Bridges, Kirsten Dunst, Megan Fox
Jeff Bridges, Kirsten Dunst, Megan Fox
Um comentário:
Olá professor, recebi o endereço da sua análise do "Into the Wild".
Gostei muito da análise. Quando vi o filme, várias foram os pensamentos que me vieram à mente.
Tentarei ver este filme este fim de semana.
Bom fim de semana, até quarta. Bruny Marques.
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