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domingo, 2 de julho de 2017

No 12° CineOP, um dos pontos altos foi a exibição da comédia "Um Caso de Polícia"


Carla Crivelli, diretora de "Um Caso de Polícia"
Por incrível que isso possa parecer, um dos pontos elevados da 12ª CineOP, em Ouro Preto, foi a exibição da comédia “Um caso de Polícia”, um dos primeiros trabalhos da inesquecível Glauce Rocha. Ela faleceu aos 41 anos em 1971, depois de trabalhar em 35 filmes, entre eles “Terra em Transe” de Glauber Rocha. O filme foi dirigido por Carla Civelli, irmã do célebre cineasta italiano Mario Civelli que, entre outros cargos por ele exercidos no Brasil, foi o de diretor da Maristela – uma das mais importantes produtoras dos anos de 1950 e concorrente da Vera Cruz. Hoje em dia pouca gente sabe que Carla era diretora e produtora de filmes, além de cenógrafa e montadora. 
O filme “Um caso de Polícia” permaneceu muitos anos trancado num armário, até ser resgatado e em seguida restaurado, num complexo processo empreendido pela família, em especial por sua sobrinha, a produtora Patricia Civelli. Um trabalho minucioso de filigrana, que envolveu diversas instituições dedicadas à preservação do patrimônio áudio visual. A etapa final dessa odisseia tecnológica e amorosa, mostra que o esforço valeu a pena porque “Um caso de Polícia” é, na verdade, uma surpresa mais do que agradável: é simplesmente sensacional. Exibida no Cine Vila Rica, em Ouro Preto, a obra foi aplaudida efusivamente pelo público, após ter sido brindada com uma série de inúmeras e sinceras gargalhadas. 

Trata-se de um falso drama de suspense, porque gira em torno de uma moça que acredita ter descoberto uma trama assassina – num roteiro que causaria inveja tanto a Alfred Hitchcock quanto a Ernst Lubitch. Os cuidados técnicos do restauro dão a impressão de a obra ter sido filmada ontem, tal a nitidez e o brilho da imagem. No entanto, o que mais impressiona é a fluência da história, a competência e a vivacidade do elenco e, principalmente, a atualidade do humor que marca o argumento escrito por ninguém menos que Dias Gomes – naquele tempo e que ele se dedicava ao teatro e, portanto, na época da filmagem, possivelmente já sonhava com o enredo da peça “O Pagador de Promessas”, que três anos mais tarde foi passada para o cinema pelo produtor Oswaldo Massaini, com a qual conquistou a Palma de Ouro em Cannes.

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