O time econômico de Itamar Franco na encenação do filme
Não se trata de um documentário, nem de uma obra de ficção hollywoodiana, como o cinema americano costuma fazer, digamos, à granel. É na verdade uma mistura dos dois, se encaixando numa espécie de híbrido entre essas duas modalidades. Um gênero híbrido que o monumental cineasta inglês Peter Watkins chamaria de docudrama – que ele definiu como “o tratamento dramático dos dados e das informações”. Ele fez docudramas essenciais como "War Games" em 1965, "A Comuna de Paris", em 2000, e "Eward Munch", em 1973. Detalhe é que Peter Watkins está agora com 82 anos, mora na Lituania e mantem um site pessoal na internet.
O diretor Rodrigo Bittencourt (esq,) e o ator Emílio Orciollo Neto (Gustavo Franco, dir.)
Curiosamente, a ideia do docudrama surgiu quase ao mesmo tempo, na Inglaterra e na Itália, no momento em que televisão europeia começava a se estruturar, em busca de uma linguagem própria. Enquanto o inglês Peter Watkins trabalhava adaptando fatos históricos e jornalístico para a ficção televisiva, Roberto Rosselini fazia o mesmo em seu país. Entre 1966 e 1974 ele passou para a telinha as biografias de mais de 10 personagens históricos, entre os quais Luis XIV, Santo Agostinho, Descartes, Os Médici Blaise Pascal e Sócrates Os docudramas não são narrativas dotadas de recursos dramáticos típicos do cinema comercial, mas se preocupam com a fidelidade aos acontecimento. Elaboravam o que poderia ser visto como uma história factual, ou seja, econômica, em termos de análises e interpretações – mesmo que recorram a um protagonista para amarrar os episódios do roteiro. Isto é e um “modus operandi” muito semelhante ao que fizeram Rodrigo Bittencourt e sua equipe em “Real – o Plano por trás da História".
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