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sábado, 25 de junho de 2011

Com “Potiche – Esposa Troféu”, François Ozon traz esperança para a comédia francesa

A personagem de Catherine Deneuve é a típica mulher-objeto. Especificamente um objeto de decoração – o que daria uma tradução mais correta do título original: “Potiche – Esposa Troféu”. De fato, o diretor François Ozon (“Ricky” - 2009) começa o filme atribuindo-lhe a função de peça decorativa, ao descrever o açucarado cotidiano de uma dondoca de meia idade, ao som de uma trilha sonora no estilo das fantasias românticas de Jacques Demy (“Os guarda-chuvas do Amor” - 1964). Talvez por ironia, o marido dela (Fabrice Luchini) dirige uma fábrica de guarda-chuvas e enfrenta sérios problemas com os operários, instigados pelo prefeito comunista da cidade (Gerard Depardieu).
A história se passa no final dos anos de 1970 e é apresentada como uma farsa que lembra as comédias sofisticadas de Ernst Lubitsch nas quais os opostos se atraíam. No caso, Deneuve e Depardieu que, apesar da idade formam uma simpática e inusitada dupla amorosa. Eles que, em 1980 interpretaram um inesquecível casal de apaixonados em “O Último Metrô”, de François Truffaut. Ao longo do filme essas figuras vão se modificando mutuamente: o militante abranda um pouco as suas reivindicações e a dona de casa acaba assumindo o controle da fábrica e do próprio destino. Toda a constelação familiar dos personagens envolvidos também se altera em função disso, num ritmo de humor que vai se acelerado até o encerramento. Os papéis de apoio,por sua vez, estão bem estruturados e interpretados por gente habilidosa, como Fabrice Luchini, Karin Viard e Jérémie Renier. Em suma, com esse trabalho, François Ozon recupera a comédia francesa que, há algum tempo, se achava na UTI


POTICHE – ESPOSA TROFÉU
Potiche
França, 2010, 103 min, 12 anos
estreia 23 06 2011
Gênero comédia / social / história
Distribuição Imovision
Direção François Ozon
Com Catherine Deneuve, Gérard Depardieu,
Fabrice Luchini, Karin Viard
COTAÇÃO
* * *
B O M

Um comentário:

Enaldo Soares disse...

Eu imagino que quem tem um blog - como eu - goste dos comentários dos leitores, mesmo os mais críticos, então fica aqui o meu: este filme é tão ruim, tão anacrônico, tão sem sal, de um feminismo tão batido, que eu saí assim que vi Deneuve e Depardieu, dançando, duros como pedra, ao som de Bee Gees. Enredo, caracterização e estereótipos de novelas globais.