O título do filme é “A Rede Social”, já passando a idéia de que mesmo não sendo a única, o site Facebook sem dúvida já abriga a maior a mais importante rede do planeta, apesar de sua implantação ter se iniciado em 2003. O protagonista é seu criador, o universitário que se tornou o mais jovem bilionário da história.
Alguns comentaristas compararam ao "Cidadão Kane", outro célebre magnata midiático do cinema. Só que Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) é um personagem real e quase todos nós brasileiros que acessamos a internet mantemos algum tipo de contato com essa rede e milhões de usuários investem horas de seu tempo todos os dias ligados à ela.
É possível que nunca antes o cinema tivesse elaborado com tanta presteza o making of de uma invenção que tenha transformado tão rápida e profundamente o cotidiano da sociedade. O roteiro reconstitui dramaticamente como o invento foi concebido, sua implementação como empreendimento de grande sucesso e a batalha jurídica entre o seu inventor e outros que também se consideram autores da obra − entre os quais o brasileiro Eduardo Saverin. Como é sabido por todos, mesmo os que não viram o filme, chegou-se a um acordo e todos receberam indenizações milionárias. É por isso que, mesmo narrado do ponto de vista de Zuckerberg (o verdadeiro, na foto abaixo), é como se os reclamantes tivessem cedido os direitos sobre o uso de suas imagens no filme. Trata-se, enfim, de um impressionante documento da história atual construído enquanto ela se faz.
O filme traz a marca de um diretor de categoria: é David Fincher, capaz de atribuir identidade a filme ao espetáculo. Logo de início nota-se a rapidez dos diálogos e o nervosismo da edição, que tem a ver com o ritmo de vida do protagonista. O maior problema é manter a simpatia em torno de uma figura que descarta de seu negócio aqueles que lhe deram apoio e motivação em seu início. O jeito foi desenhá-lo como uma espécie de Macbeth cibernético que chora ao eliminar os competidores e que acaba sozinho e sonhando com a namorada perdida no começo de sua trajetória como empresário. Como se fosse difícil para um bilionário de 20 e poucos anos encontrar uma nova paixão.
Outro aspecto interessante é narrar essa trama como uma grande revanche dos nerds, sempre tão estigmatizados na cultura jovem. David Fincher descreve de uma espécie de empreendorismo dionisíaco, em que drogas, rock e muitas garotas (especialmente de origem oriental) compõem um cenário em que não há separação entre o trabalho e o lazer. Tudo parece uma aventura juvenil, em que pessoas de carne e osso podem exercer os papéis de anjos ou demônios. Tanto é assim que o momento no qual o Facebook alcança 1 milhão de cadastros é comentado na trilha sonora pela melodia de “O Castelo do Rei da Montanha”, de Edward Grieg.
Alguns comentaristas compararam ao "Cidadão Kane", outro célebre magnata midiático do cinema. Só que Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) é um personagem real e quase todos nós brasileiros que acessamos a internet mantemos algum tipo de contato com essa rede e milhões de usuários investem horas de seu tempo todos os dias ligados à ela.
É possível que nunca antes o cinema tivesse elaborado com tanta presteza o making of de uma invenção que tenha transformado tão rápida e profundamente o cotidiano da sociedade. O roteiro reconstitui dramaticamente como o invento foi concebido, sua implementação como empreendimento de grande sucesso e a batalha jurídica entre o seu inventor e outros que também se consideram autores da obra − entre os quais o brasileiro Eduardo Saverin. Como é sabido por todos, mesmo os que não viram o filme, chegou-se a um acordo e todos receberam indenizações milionárias. É por isso que, mesmo narrado do ponto de vista de Zuckerberg (o verdadeiro, na foto abaixo), é como se os reclamantes tivessem cedido os direitos sobre o uso de suas imagens no filme. Trata-se, enfim, de um impressionante documento da história atual construído enquanto ela se faz.
O filme traz a marca de um diretor de categoria: é David Fincher, capaz de atribuir identidade a filme ao espetáculo. Logo de início nota-se a rapidez dos diálogos e o nervosismo da edição, que tem a ver com o ritmo de vida do protagonista. O maior problema é manter a simpatia em torno de uma figura que descarta de seu negócio aqueles que lhe deram apoio e motivação em seu início. O jeito foi desenhá-lo como uma espécie de Macbeth cibernético que chora ao eliminar os competidores e que acaba sozinho e sonhando com a namorada perdida no começo de sua trajetória como empresário. Como se fosse difícil para um bilionário de 20 e poucos anos encontrar uma nova paixão.
Outro aspecto interessante é narrar essa trama como uma grande revanche dos nerds, sempre tão estigmatizados na cultura jovem. David Fincher descreve de uma espécie de empreendorismo dionisíaco, em que drogas, rock e muitas garotas (especialmente de origem oriental) compõem um cenário em que não há separação entre o trabalho e o lazer. Tudo parece uma aventura juvenil, em que pessoas de carne e osso podem exercer os papéis de anjos ou demônios. Tanto é assim que o momento no qual o Facebook alcança 1 milhão de cadastros é comentado na trilha sonora pela melodia de “O Castelo do Rei da Montanha”, de Edward Grieg.
Quem interpreta o brasileiro Eduardo é Andrew Garfield (de "Dr Parnasus", na foto abaixo), já escolhido para ser o futuro Homem Aranha, enquanto o cantor Justin Timberlake ("Alpha Dog") faz o papel de Sean Parker, o criador do controvertido site Napster. As conversas deste com Zuckerberg, vivido por Jesse Eisenberg ("Zumbilândia"), revelam o substrato ideológico das redes sociais que na teoria é tão libertário e anarquista quanto o ideário dos rebeldes de 1968. Só que muito, muito mais lucrativo.
Um comentário:
Meu caro Luciano,jamais discordei tanto de você. Este filme é um lixo, propaganda barata de tudo quanto é clichê sobre o capitalismo mundial. É tudo tão ridículo, cinema de segunda, prá lá de adolescente, consegue ser pior que o cisne negro.
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