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domingo, 11 de julho de 2010

“Guerra e Paz” e “Paris Vive à Noite”: boas indicações de lançamentos em DVD

Lançada a mais completa transposição para a linguagem audiovisual do clássico romance “Guerra e Paz” de Léon Tolstoi: o monumental romance que narra a invasão do Império russo pelas tropas de Napoleão, nas primeiras décadas do século XIX. Essa história já foi várias vezes filmada, tanto na Rússia quanto nos Estados Unidos, onde ganhou uma suntuosa versão assinada por King Vidor, em 1956, com Audrey Hepburn e Henry Fonda. Anos mais tarde, em 69, o soviético Bondarchuck ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com uma superprodução sobre esse drama que focaliza cinco famílias da nobreza russa na época da invasão napoleônica.
Mas agora poderemos ver a trama histórica mais ampliada, tal como foi exibida pela TV européia em 2007. Ela abrange cenas que somam oito horas de duração e que, evidentemente são para serem vistas em episódios. A figura mais conhecida do elenco é a do inglês Malcolm McDowell ("Laranja Mecânica"), mas a música é composta pelo polonês Jan Kaczmarec, que fez a trilha sonora do “Drácula de Bram Stocker” de Francis Coppola. A direção coube ao experiente romeno radicado em Hollywood Robert Dornhelm que, em 1977, foi indicado para o Oscar por um documentário sobre a escola russa Kirov de balé da Rússia. Aliás, o famoso Balé Bolshoi de Moscou também participa dessa mini-série que a Versátill lança em 4 DVDs, incluindo um precioso making off dessa obra que apresenta uma dimensão mais coerente com a complexidade do texto imortal de Leon Tolstói.
Um raro exemplo de fusão entre documentário e ficção é “Paris Vive à Noite” (Paris Blues), com uma história ambientada em 1961, mosytrando músicos americanos de jazz que trabalham nos esfumaçados clubes noturnos parisienses, onde se reuniam os boêmios, os beatnicks e a intelectualidade existencialista. Além do astro francês Serge Reggiani (foto acima), eles são interpretados por Paul Newman (no trombone) e Sidney Poitier (no saxofone), evidentemente dublados e por músicos do quinteto de Miles Davis, sob a luxuosa supervisão de Duke Ellington, (foto abaixo) que assina a trilha sonora. Mas o filme ainda tem a participação de grandes ícones do jazz, como a cantora Diahann Carrol, o baterista Max Roach e o imortal Louis Armstrong. Ele faz um papel dramático na trama, colocando em pauta a questão do racismo, que na época ocupava o centro das discussões políticas. O diretor é o competente Martin Ritt (1914-1990), principal parceiro de Paul Newman e sempre lembrado por trabalhos densos como “Norma Rae” (1967) e “O Espião que saiu do Frio” (1979). Mas o interessante é que o filme é produzido pela empresa de Don Alan Pennebacker, cinegrafista do célebre “Primárias” − um dos filmes fundadores do cinema direto americano e também autor de documentários musicais inesquecíveis, como “Don’t Look Back” (1967) sobre Bob Dylan, e “Monterey Pop”, documentando o célebre festival de rock de 1968. “Paris Vive à Noite” é um presente para quem gosta de boa música.

Um comentário:

pseudo-autor disse...

Fiquei curioso por esse Paris vive à noite. Sou fã do Paul Newman e não conhecia esse dentro de sua filmografia. Valeu a dica!

Cultura? O lugar é aqui:
http://culturaexmachina.blogspot.com