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terça-feira, 11 de maio de 2010

“O Inferno de Georges Clouzot”: o "making off" de um filme que nunca foi terminado

“O Inferno de Georges Clouzot” é um precioso documentário sobre o filme que ele deixou inacabado desde 1964. Era um projeto de grande orçamento com dinheiro de Hollywood. Depois de “As Diabólicas” (1955) Clouzot se tornou o diretor francês mais famoso internacionalmente e aqui ele pretendia competir com Hicthcock em seu próprio terreno, ou seja, o suspense psicológico na linha de “Um Corpo que Cai”, lançado 5 anos antes. Mais que isso, a proposta era inovar radicalmente em termos de efeitos visuais numa linha então contemporânea, sob a influência da “optical art” e do concretismo de artistas como Vassarely.
No filme, por meio de um abundante material dos ensaios arquivados, vemos como essas trucagens foram idealizadas, recorrendo apenas a mudanças de luz e jogos de espelhos, com resultados impressionantes para aquele período muito anterior à computação gráfica. Curiosamente, muitas delas operando em continuidade com as experiências óticas inauguradas por Dziga Vertov nos anos 1920. Como a célebre sequência de "O Homem com Câmera" (1929) com uma locomotiva se aproximando em alta velocidade do cinegrafista e a câmera depositada sobre o trilho de trem.
Serge Reggiani interpreta um gerente de hotel alucinado de ciúmes pela esposa vivida por Romy Schneider. Depois de três semanas, Reggiani abandonou as filmagens, o projeto foi interrompido e as imagens permaneceram inéditas por mais de 40 anos. O documentário de Serge Bromberg e Ruxandra Medrea investiga o que teria acontecido, por meio de cenas reconstituídas, entrevistas com artistas e técnicos que participaram daquela aventura e leituras dramáticas do roteiro. Em crise pessoal e profissional, depois disso Clouzot (na foto abaixo) ficou 4 anos sem filmar, até “A Prisioneira”, o seu derradeiro trabalho.
O Inferno de Henri-Georges Clouzot
L’enfer
estreia 07 05 2020
França (2009) – 94 minutos
Gênero Documentário
Direção Serge Bromberg e Ruxandra Medrea
Com Romy Schneider e Serge Reggiani
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

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