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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Partindo do passado, "Prometheus" aponta para o futuro da ficção científica

O diretor Ridley Scott procura atribuir a “Prometheus” estatura equivalente aos grandes espetáculos de ficção científica do cinema, como “2001: uma odisséia no espaço” (1968) de Stanley Kubrick, e de seu próprio “Blade Runner, o caçador de Andróides” (1982). Tanto é assim que ele retoma alguns dos principais temas com os quais aquelas obras trabalharam. Assim como em “2001”, que em seu início mostra a descoberta de um misterioso monólito enterrado na lua, o filme começa com uma descoberta arqueológica que remete a uma civilização interestelar. Ou seja, a idéia de que os contatos imediatos com gente de outros planetas não é matéria do futuro e sim do passado. E lá se vão os terrestres em busca dessa conexão quase mística com aqueles que teriam sido os nossos criadores.
Se, no filme de Kubrick, os humanos enfrentavam um super computador rebelde que não obedecia às leis da robótica imaginadas por Isaac Asimov, aqui o antagonista mais perigoso pode ser um andróide (Michael Fassbender - foto acima), tão cheio de manias e vontades quanto os de “Blade Runner”. Noomi Rapace ("Os homans que não amavam as Mulheres") no papel da cientista da expedição, e Charlize Theron ("Branca de Neve e o Caçador" - foto abaixo), como a comandante da nave, mostram competência, mas a atuação mais complexa do elenco cabe mesmo a Fassbender. Novamente o conflito entre criador e criatura, que já vimos em Pinóquio e Frankenstein. A novidade é que em “Prometheus” nada é colocado de modo inteiramente explícito e muitas dúvidas ficam para serem resolvidas nos próximos exemplares da série que, certamente, serão produzidos.
Quais as intenções desse robô repleto de ambigüidades? Porque os mesmos monstros terríveis vistos em “Alien” são criados nesse planeta que parece ter sido a terra natal do DNA humano? Mesmo com toda carga de questões metafísicas que permeiam o roteiro, “Prometheus” acerta na elaboração de um universo aterrador e formalmente original que começa a ser construído logo nas primeiras tomadas. São imagens aéreas de paisagens fantasmagóricas filmadas, no entanto, em algum lugar do hemisfério norte. Trata-se de um estratagema para sugerir um mundo estranho, feito com matéria prima visual colhida aqui mesmo.
Curiosamente, no final de “Blade Runner”, também vemos uma série de sequencias aéreas. Elas foram colhidas no arquivo de imagens que sobraram de “2001: uma odisséia no espaço” justamente as duas principais fontes inspiradoras de “Prometheus”. Para a concepção da arquitetura e dos seres grotescos do planeta visitado pelo pelos personagens, porém, retomou-se a obra do pintor suíço Giger que deu origem aos cenários e figurinos de “Alien”, desta vez com requintes de ironia e humor negro. Já os humanóides do local são gigantes com a mesma altura e o mesmo rosto da estátua de David, de Michelangelo.
PROMETHEUS
EUA, 2012, 126 min, 14 anos
estreia 15 06 2012
gênero ficção científica / horror
Distribuição Fox
Direção Ridley Scott
Com Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron
COTAÇÃO
* * * *
Ó T I M O

3 comentários:

Enaldo Soares disse...

É a primeira resenha que leio sobre Prometheus que o vê com bons olhos

Luciano Ramos disse...

Pois é...

diego disse...

Gostei do que foi escrito, mas o filme é bem mais complexo, quem viu os filmes da série "Aliens" conseguiu enxergar que o filme não é só sobre uma criatura, mas sim sobre as questões humanas, de existência,sobrevivência e sobre a morte, eu confesso que fiquei surpreso com filme, ficou genial, não deixou nada para os clássicos.