O papel de Chico é fascinante por ser mostrar agudamente contraditório: um canalha simpático, extrovertido e sorrateiro, ao mesmo tempo ousado e covarde, sem nenhum vestígio de caráter ou perspectiva de vida. Já o de Luis Carlos desperta curiosidade pelo mistério que o acompanha, ao usar a eloqüência do silêncio como escudo e distintivo. Seu companheiro casual nessa jornada rumo a Belém do Pará até se exaspera com o peso dessa introversão. A fugaz doçura de seus gestos e eventuais sorrisos contrasta com o horror que nutre de si mesmo e que inviabiliza a manutenção da dupla ao longo do trajeto. Como vemos, a diretora paulistana Eliane Caffé (“Kenoma”, 1998, e “Narradores de Javé”, 2003) trabalha com uma matéria prima dramática que provavelmente seria mais fácil de se aprofundar na unidade cênica de um palco de teatral. Mas, neste tórrido cenário amazônico e fluvial, ela enfrenta o fluxo do deslocamento no espaço e, assim, atribui uma dimensão a mais a esse drama que beira a tragédia, mas que se resolve de modo inesperadamente luminoso − como se as furiosas correntezas emocionais da trama desaguassem na calmaria de um lago. Incapaz de optar por um ou outro, o júri do Festival do Rio do ano passado entregou a Chico Diaz e a Luiz Carlos Vasconcelos o prêmio de melhor ator. Já na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2009, “O Sol do Meio Dia” foi premiado pela crítica, como melhor filme brasileiro. Trata-se, de fato, de uma obra merecedora de todos os louvores.
O SOL DO MEIO
Brasil - 2009 – 106 min. 16 anos
Gênero Drama
estreia 01 10 2010
Distribuição Pandora
Direção Eliane Caffé
Com Luiz Carlos Vasconcelos, Chico Diaz,
Cláudia, Assunção e Ary Fontoura
COTAÇÃO
* * * *
Ó T I M O
Brasil - 2009 – 106 min. 16 anos
Gênero Drama
estreia 01 10 2010
Distribuição Pandora
Direção Eliane Caffé
Com Luiz Carlos Vasconcelos, Chico Diaz,
Cláudia, Assunção e Ary Fontoura
COTAÇÃO
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Ó T I M O
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