"O Último Mestre do Ar" se baseia numa série de desenhos animados exibida na TV, entre 2005 e 2008. São 30 episódios que Night Shyamalan (de “Sexto Sentido”) adaptou e dirigiu para o cinema, sem deixar de lado sua indexação original de espetáculo para crianças. É que, de tal maneira abundantes e misturadas, as informações visuais, antropológicas e históricas do enredo podem ter um uso educativo. Pode ser estimulante uma "caça às origens" de cada elemento do roteiro. Por exemplo: quando um dos personagens usa a palavra "chi" como "o fogo interior", está se referindo à cultura chinesa, ou indiana?
Bem ao gosto desse autor de obras de conteúdo místico, como “A Dama na água” e “Fim dos Tempos”, o universo proposto pelo filme se sustenta em algo que ele chama de “mundo espiritual”. A conexão com os mortais se faz por meio de um “avatar” que, de acordo com o hinduísmo, é a reencarnação de um ser imortal, representante dos deuses na terra. Essa é a função do protagonista: um garoto de 112 anos que, durante um século, permanecera hibernando num bloco de gêlo. Durante essa exagerada soneca, o planeta tinha enveredado por caminhos tortuosos que, agora, cabe a ele endireitar. Para isso, ele deverá enfrentar um jovem vilão interpretado pelo anglo-indiano Dev Patel (imagem acima), que fez o papel central de "Quem quer ser um milionário?" (2009).
Em sânscrito, aliás, a palavra avatāra significa "descida" e se aplica, por exemplo, a Krishna como avatar de Vishnu. Mas no filme a conexão com a tradição indiana termina aí, porque ele se transforma numa saborosa salada visual e gestual que reúne várias outras culturas. O povo do planeta se acha dividido em nações, cada uma delas ligada a um dos quatro elementos e marcada por um tipo de arquitetura e vestimenta. Os homens do ar se parecem com os monges tibetanos; os da terra com os japoneses da Idade Média; e os da água com os russos do tempo de Alexander Nevsky (tal como Eisenstein nos apresentou no filme de 1938). Já os do fogo, que pretendem conquistar os demais pela violência, remetem a uma emblemática uma mistura de chineses, persas e árabes igualmente medievais. E todos praticam artes marciais. Os da terra lutam kung fu no estilo Hun Gar, enquanto os do fogo adotam a linha Shaolin do norte. Já os da água fazem tai chi e os do ar preferem o Ba Gua. Esse excesso de referências extraídas do real acaba montando uma espécie de enigma e caindo no vazio porque, de resto, o filme é um conto de fadas, tanto quanto “O Senhor dos Anéis” e congêneres. Elegante, imaginativo e misterioso, mas um apenas avatar de todos os filmes baseados na cósmica batalha entre o bem e o mal.
Bem ao gosto desse autor de obras de conteúdo místico, como “A Dama na água” e “Fim dos Tempos”, o universo proposto pelo filme se sustenta em algo que ele chama de “mundo espiritual”. A conexão com os mortais se faz por meio de um “avatar” que, de acordo com o hinduísmo, é a reencarnação de um ser imortal, representante dos deuses na terra. Essa é a função do protagonista: um garoto de 112 anos que, durante um século, permanecera hibernando num bloco de gêlo. Durante essa exagerada soneca, o planeta tinha enveredado por caminhos tortuosos que, agora, cabe a ele endireitar. Para isso, ele deverá enfrentar um jovem vilão interpretado pelo anglo-indiano Dev Patel (imagem acima), que fez o papel central de "Quem quer ser um milionário?" (2009).
Em sânscrito, aliás, a palavra avatāra significa "descida" e se aplica, por exemplo, a Krishna como avatar de Vishnu. Mas no filme a conexão com a tradição indiana termina aí, porque ele se transforma numa saborosa salada visual e gestual que reúne várias outras culturas. O povo do planeta se acha dividido em nações, cada uma delas ligada a um dos quatro elementos e marcada por um tipo de arquitetura e vestimenta. Os homens do ar se parecem com os monges tibetanos; os da terra com os japoneses da Idade Média; e os da água com os russos do tempo de Alexander Nevsky (tal como Eisenstein nos apresentou no filme de 1938). Já os do fogo, que pretendem conquistar os demais pela violência, remetem a uma emblemática uma mistura de chineses, persas e árabes igualmente medievais. E todos praticam artes marciais. Os da terra lutam kung fu no estilo Hun Gar, enquanto os do fogo adotam a linha Shaolin do norte. Já os da água fazem tai chi e os do ar preferem o Ba Gua. Esse excesso de referências extraídas do real acaba montando uma espécie de enigma e caindo no vazio porque, de resto, o filme é um conto de fadas, tanto quanto “O Senhor dos Anéis” e congêneres. Elegante, imaginativo e misterioso, mas um apenas avatar de todos os filmes baseados na cósmica batalha entre o bem e o mal.
O ÚLTIMO MESTRE DO AR
The Last Airbender
estreia 20 08 2010
EUA - 2010 – 10 min. - 10 anos
Gênero Aventura / infantil / história
Distribuição Paramount
Direção M. Night Shyamalan
Com Noah Ringer, Dev Patel e Nicola Peltz
COTAÇÃO
* * *
B O M
The Last Airbender
estreia 20 08 2010
EUA - 2010 – 10 min. - 10 anos
Gênero Aventura / infantil / história
Distribuição Paramount
Direção M. Night Shyamalan
Com Noah Ringer, Dev Patel e Nicola Peltz
COTAÇÃO
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