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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

“Bem Casados” é realmente a melhor e mais engraçada comédia brasileira de 2015!

Como personagem central de “Bem Casados”, Alexandre Borges é um produtor e diretor de filmes. No entanto, ele não faz longas-metragens e nem comerciais. Filma casamentos, mas, além de documentar a cerimônia, ele precisa contar a história, ou seja, criar uma ficção em torno da festa. Em outras palavras, é exatamente isso o que filme de Aluizio Abranches está nos oferecendo. https://www.youtube.com/watch?v=0w8B0k-C_Sw
Abranches, dirigia filmes densos e complexos como “As Três Marias”, de 2002. Mas com esse “Bem Casados”, parece que ele não fez outra coisa no cinema do que comédias. Isso pela desenvoltura com que as sequencias se manifestam: aparentemente sem esforço algum por parte dos envolvidos nas filmagens. Aliás, a agitação frenética de algumas tomadas só permite que a montagem funcione se forem bem dirigidas. Cenas de intensa movimentação fazem da narrativa um vaudeville sem fim, mas com meio e começo.

A confusão começa quando o diretor do filme do casamento se envolve com a sua própria antagonista, isto é, uma pessoa decidida a impedir a realização da cerimônia. Essa é a personagem de Camila Morgado, numa das atuações mais eficientes e inspiradas do momento. Trata-se de uma figura tresloucada, vivendo uma espécie de alucinação como se fosse um projeto, que é o de impedir o casamento de seu amante. Mesmo assim, Camila consegue atribuir verdade e convicção a essa pessoa assim transtornada. E além de tudo fotografa como as divas do passado, obtendo sempre a melhor expressão para cada ângulo. Especialmente quando participam aqueles olhos azuis...

Alexandre Borges também acerta. Assim como o padre, a empregada, a assistente e especialmente a sogra magistralmente composta por Rosi Campos. A natural identificação entre o diretor do filme do casamento e o diretor do filme “Bem Casados” afasta de Aluísio Abranches o perigo de qualquer pretensão intelectual. E assim, junto com o elenco como um todo, ele pode se movimentar à vontade e fazer um bom cinema. Como aquele que faziam Jean Arthur, Cary Grant, Claudette Colbert e Clark Gable. Porque, na língua de Shakespeare, “to play” quer dizer interpretar. Mas também se traduz por jogar, interagir ou simplesmente brincar. 

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