Como diz o vilão Valdemort (Ralph Fiennes) nos derradeiros momentos de "As Relíquias da Morte - Parte 2"... “Só eu posso ser imortal”. De fato, o tema que permeia todo este conjunto de 8 filmes resulta ser o da inevitabilidade da morte. Nos filmes em série que vieram das histórias em quadrinhos os heróis não envelhecem. No máximo são as histórias que retroagem para a juventude deles, como no recente “X Men – Primeira Classe”. Nesta, porém, os filmes estavam fadados a amadurecer no mínimo 10 anos, acompanhando o personagem Harry Potter e seu único intérprete Daniel Radcliff. Mas, nesse processo foi se tornando cavernosa e séria, melhor dizendo sisuda − até com conotações de metáfora política, com a formação de “partidos” e Valdemort tomando o poder no filme anterior.
No entanto, é inegável a unidade formal obtida ao longo desses dez anos em que trabalharam quatro diretores diferentes, ainda que o roteirista de 7 dos 8 filmes tenha sido Steve Kloves. Os primeiros episódios tinham mais colorido e humor, com grandes momentos de cinema, como as partidas de quadribol. Nos finais, porém, a presença da morte vai crescendo, tornando o clima dominante cada vez mais escuro, até o embate derradeiro com as forças do mal. Não se trata apenas de neutralizar o maligno Valdemort, mas de impedir que ele obtenha a imortalidade. Para contrabalançar a depressão, o encerramento é adornado com uma inesperada jogada melodramática, envolvendo o personagem Severus (Alan Rickman - abaixo) que quase se perde pela necessidade de informar o público quanto ao destino de cada um dos diversos integrantes da trama. Como se, no último capítulo de uma novela de TV, o autor só tivesse dez minutos para dizer o que aconteceu com todo o mundo.
Não há aqui qualquer surpresa, inclusive porque boa parte dos seus fãs é feita de leitores dos livros, nos quais o desfecho já aparece. Aqueles que não acompanharam os anteriores até podem compreender esta trama destinada a colocar um ponto final na saga do bruxinho de óculos. Mas não se emocionam como os admiradores que, na sessão de pré-estreia, choravam copiosa e inexplicavelmente diante da morte de determinados personagens secundários. Ou seja, trata-se um espetáculo feito para um público fechado, ainda que, só no Brasil este jamais tenha sido menor do que 3,5 milhões de espectadores a cada exemplar. Ao todo, faturou-se nessa década a soma de 6,3 bilhões de dólares e vendeu-se 400 milhões de livros. Os críticos literários podem não gostar desse resultado, mas é evidente que essa multidão de fãs terá agora que buscar o prazer da leitura em outros livros. O que pode ser muito bom para todos.
No entanto, é inegável a unidade formal obtida ao longo desses dez anos em que trabalharam quatro diretores diferentes, ainda que o roteirista de 7 dos 8 filmes tenha sido Steve Kloves. Os primeiros episódios tinham mais colorido e humor, com grandes momentos de cinema, como as partidas de quadribol. Nos finais, porém, a presença da morte vai crescendo, tornando o clima dominante cada vez mais escuro, até o embate derradeiro com as forças do mal. Não se trata apenas de neutralizar o maligno Valdemort, mas de impedir que ele obtenha a imortalidade. Para contrabalançar a depressão, o encerramento é adornado com uma inesperada jogada melodramática, envolvendo o personagem Severus (Alan Rickman - abaixo) que quase se perde pela necessidade de informar o público quanto ao destino de cada um dos diversos integrantes da trama. Como se, no último capítulo de uma novela de TV, o autor só tivesse dez minutos para dizer o que aconteceu com todo o mundo.
Não há aqui qualquer surpresa, inclusive porque boa parte dos seus fãs é feita de leitores dos livros, nos quais o desfecho já aparece. Aqueles que não acompanharam os anteriores até podem compreender esta trama destinada a colocar um ponto final na saga do bruxinho de óculos. Mas não se emocionam como os admiradores que, na sessão de pré-estreia, choravam copiosa e inexplicavelmente diante da morte de determinados personagens secundários. Ou seja, trata-se um espetáculo feito para um público fechado, ainda que, só no Brasil este jamais tenha sido menor do que 3,5 milhões de espectadores a cada exemplar. Ao todo, faturou-se nessa década a soma de 6,3 bilhões de dólares e vendeu-se 400 milhões de livros. Os críticos literários podem não gostar desse resultado, mas é evidente que essa multidão de fãs terá agora que buscar o prazer da leitura em outros livros. O que pode ser muito bom para todos.
HARRY POTTER E AS RELÍQUEAS DA MORTE - PARTE 2
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2
estreia 15 07 2011
gênero fantasia
EUA, 2011, 132 min, 10 anos
Distribuição Warner
Direção David Yates
Com Daniel Radcliffe, Emma Watson,
Rupert Grint, Helena Bonham Carte,
Ralph Fiennes, Alan Rickman
COTAÇÃO
* * *
B O M
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2
estreia 15 07 2011
gênero fantasia
EUA, 2011, 132 min, 10 anos
Distribuição Warner
Direção David Yates
Com Daniel Radcliffe, Emma Watson,
Rupert Grint, Helena Bonham Carte,
Ralph Fiennes, Alan Rickman
COTAÇÃO
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B O M
2 comentários:
Como eu não li o livro não deveria ter lido a resenha que comçea pelo final do filme.
Oi, Luciano.
Quanto tempo não nos falamos!
Muito boa sua resenha do filme. Os livros da série "Harry Potter" são mais uma febre da indústria cultural. Os filmes seguem a mesma linha, trazendo elementos que agradam o grande público da história, daí o melodrama, as explicações detalhadas sobre o fim de cada personagem, etc. São histórias feitas especialmente para os fãs do livro, então desdobram literalmente os aspectos dele, mesmo que a história fique cheia de gordura (não é difícil ouvir reclamação de fãs quando uma cena não corresponde totalmente à obra). Não são claramente grande cinema, mas, a contar pelas últimas adaptações de quadrinhos e best sellers, não acho que seja ruim.
Bjs
Dani
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