quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Triste ironia: "Imortais" é a última estreia de 2011, a única e uma das piores.


domingo, 25 de dezembro de 2011
70 filmes nacionais exibidos comercialmente em 2011: quais são os melhores?

Fiz uma seleção de melhores brasileiros, focando os 70 títulos nacionais de 2011: 40 de ficção e 30 documentários. Quase todos já tem comentários neste blog. É só acionar a ferramenta de pesquisa. Estão de fora alguns dos mais rentáveis, como "Cilada.com", "De Pernas pro ar", e "Bruna Surfistinha". E também alguns dos mais incensados pelos meus colegas, como "O Transeunte" e o documentário "Canções", que ainda não pude assistir. Fico feliz pelo fato de que, neste ano, o melhor em qualidade foi igualmente um dos campeões de renda, com mais de 1,4 milhões de ingressos.
1. O Palhaço (foto acima)
2. Amanhã nunca mais
3. Meu País
4. O Homem do Futuro
5. Eu Eu Eu José Lewgoy
6. O Céu sobre os Ombros
7. Os 3
8. Estamos Juntos (foto abaixo)
9. VIPs
10.Família Vende Tudo

Quais foram os melhores filmes estrangeiros exibidos no circuito comercial em 2011?

Fim de ano chegando, é temporada de balanço anual. Selecionei os 25 títulos estrangeiros de melhor qualidade. A lista está em ordem de importância e creio que a maioria deles já foi comentada aqui no blog. Tem para todas as preferências.
Bom Natal e excelente ano novo!
1. Melancolia
2. A Árvore da Vida (foto abaixo)
3. Em um Mundo Melhor
4. A Minha Versão do Amor
5. Meia-Noite em Paris
6. O Garoto da Bicicleta
7. A Pele que Habito
8. Um Sonho de Amor
9. Além da Vida
10. Um conto Chinês
11. Poesia
12. Estranhos Normais
13. Inverno da Alma
14. O Discurso do Rei
15. O Mágico
16. Tudo pelo Poder
17. Super 8
18. O Vencedor
19. O Planeta dos Macacos: A Origem
20. Rango
21. 127 Horas (foto acima)
22. Inquietos
23. Tudo pelo Poder
24. Bravura Indômita
25. Sem Limites

terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Capitais do Nordeste e Rio de Janeiro prestigiam mais o cinema brasileiro do que São Paulo?

Pintou a seguinte discussão entre críticos pela internet. Pela percentagem do público para filmes brasileiros, concluiu-se que “capitais do Nordeste e do Rio de Janeiro prestigiam mais o cinema brasileiro do que São Paulo e os estados do Sul”. Vejam:
Cidade................................ Público para filmes brasileiros:
RECIFE................................19,50%
SALVADOR.........................19,00%
RIO.....................................17,30%
BH......................................15,60%
MANAUS...........................14,50%
BRASILIA............................13,50%
SÃO PAULO........................12,70%
CAMPINAS.........................11,50%
PORTO ALEGRE..................10,30%
CURITIBA..............................8,90%
Em função disso, ponderei que 20% da população de Recife significam 320 mil pessoas. Enquanto 12% da população de São Paulo representam 2 milhões e 400 mil pessoas. (quase 1 milhão a mais do que toda a população de Recife). No que o crítico Luiz Joaquim acrescentou que Recife tem 50 salas e São Paulo 300. De fato, tinha 260 em 2010 e é possível que agora possua algo perto disso. Em termos de público para o cinema brasileiro, portanto, aparece a seguinte distribuição:
50/320.000 = 6.400 (Recife)
e
300/2.400.000 = 8.000 (São Paulo)
Ou seja, nas salas paulistanas o público de cinema brasileiro é 20% maior. Afinal, além de imensa em matéria população, São Paulo também é enorme em termos de diversidade. Por exemplo, abriga o maior contingente de nordestinos fora do nordeste, assim como o de japoneses fora do Japão. E tem uma oferta extremamente mais ampla e variada de filmes e outras formas de lazer: 160 teatros, 184 casas noturnas, 80 shopping centers, 54 parques e áreas verdes, 39 centros culturais, 9 cineclubes e salas especiais de cinema...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
“Missão Impossível – Protocolo Fantasma”: diversão agitada, com humor e tecnologia

Se fossemos levar a sério a idéia de gêneros cinematográficos, poderíamos dizer que o de “Missão Impossível – Protocolo Fantasma” não é a espionagem, mas a ficção científica. O seu principal assunto não é, na verdade, uma intriga internacional, mas a tecnologia. Tanto a que serve de tema, quanto a que se usa para produzir o filme. Personagens russos e americanos deixam claro que não são inimigos, ainda que um foguete do Kremlin esteja prestes a destruir a cidade de São Francisco. A essência da série Missão Impossível, o que faz o interesse dos agentes IMF, é o fato das técnicas por eles empregadas, até as mais mirabolantes, sempre se mostrarem quase plausíveis, ou logicamente viáveis.

Se, por exemplo, a caixa automática de um banco pode ler um cartão de crédito, é lícito imaginar o caminho inverso, ou seja, que um dia apareça um cartão capaz de decodificar todo o sistema computacional da instituição. Os limites do corpo humano na convivência com truques desse tipo também são alongados ao máximo. Como se os heróis da IMF fossem de carne e osso, mas ambicionassem funcionar como figuras de desenho animado. Outro exemplo: o agente interpretado por Tom Cruise precisa chegar ao topo do prédio mais alto do mundo, escalando-o pelo lado de fora, com o auxílio de luvas que possibilitam um poder de sucção equivalente ao do Homem Aranha. Mas, como toda máquina pode quebrar, o personagem tem a chance se mostrar acima dos super-heróis. O filme, aliás, é dirigido pelo talentoso Brad Bird (“Ratatouille”, 2007) que já brincou com essa dualidade em animações bem acima da média, como “Os Incríveis” (2004). Trata-se, enfim, de diversão certeira e bem cuidada, com sequencias de grande impacto visual e um humor bem dosado, a cargo de Simon Pegg, o competente comediante inglês de “Um Louco Apaixonado” (2008).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
"Noite de ano novo": uma boa diversão, com o charme noturno de Nova York


No roteiro, várias histórias se misturam para produzir uma salada de pequenos dramas e situações cômicas, quase todos de profundidade e voltagem medianas. Por exemplo, dois jovens casais se conhecem na sala de espera de uma maternidade e logo passam a competir pelo prêmio de 25 mil dólares oferecido pelo hospital aos pais do primeiro bebê que nascer ali em 2012. Há também casos mais tristes como o do personagem vivido por Robert de Niro que se encontra internado no mesmo hospital, só que sem qualquer esperança de emplacar o ano novo. Mesmo preso ao leito, este que pode ser considerado o mais novaiorquino dos atores de Hollywood, nos oferece a melhor atuação do filme que, de resto traz uma profusão de expressivos rostos femininos como os de Hillary Swank, Michelle Pfeiffer, Sarah Jessica Parker, Halle Berry e Jessica Biel. Como cereja no bolo servido depois desta salada, o filme oferece algumas boas surpresas em seu final. Devemos confessar que são todas imprevisíveis e de fato inesperadas, talvez para reforçar a idéia de que o ano novo sempre pode nos trazer boas novidades.
O docudrama "O último dançarino de Mao" do veterano Bruce Beresford merece ser visto



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
"Vídeo nas Aldeias": livro-vídeo sobre a experiência de filmes realizados por indígenas.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Uma primeira reflexão para dar início ao balanço deste ano de 2011 que já vai terminando


BILHETERIAS
O Palhaço........................................................1.265.556
O Homem do Futuro.....................................1.208.000
Família vende Tudo..........................................110.575
Uma Prof. Muito Maluquinha...........................59.244
Meu País..............................................................39.335
Rock Brasilia.......................................................32.836
Palavra Cantada (3D)........................................22.785
Os Filhos de João (Gilberto).............................19.360
Os 3....................................................................17.724
Amanhã Nunca Mais.........................................15.417
Além da Estrada.................................................14.519
Jardim das Folhas Sagradas.............................12.531
O Mineiro e o Queijo............................................5.312
Reidy, a Constr. da Utopia..................................2.014
O Ceu Sobre os Ombros......................................1.606
Dawson Ilha 10 (Chile-BR).................................1.083
Prova de Artista......................................................248
Simples Mortais......................................................136
Leite e Ferro.............................................................54
Eu Eu Eu Lewgoy.....................................................49

quinta-feira, 24 de novembro de 2011
"A chave de Sarah", um surpreendente docudrama histórico de mistério e suspense

“A Chave de Sarah” poderia ser apenas mais uma obra sobre o holocausto, se não se constituísse numa contundente mea culpa da nação francesa sobre o assunto e sob a forma deste diferenciado filme histórico francês, escrito e dirigido por Gilles Paquet-Brenner. Ele reconstitui um episódio impressionante e muito pouco divulgado na história da França, que foi a entrega em 1942, de cerca de 10 mil judeus para os invasores nazistas, promovida pelas autoridades policiais do país. Aquela iniciativa do governo colaboracionista se revestiu de aspetos particularmente desumanos ao prender por vários dias a maioria dos cidadãos parisienses de origem judaica num ginásio esportivo, antes de deportá-las para os campos de concentração alemães.

A história é apresentada pela ótica de uma jornalista inglesa radicada em Paris, assim como é a atriz que a interpreta, a excelente Kristin Scott Thomas. Enquanto ela investiga o trágico acontecimento, ficamos sabendo como ele se desenvolveu e as coincidências que envolvem a família de seu marido que, por caso, se instalara desde 1942 no mesmo apartamento que pertencia a uma família deportada. Foi ali que aconteceu o detalhe horripilante ligado à chave e à Sarah que aparecem no título do filme. Esse dado de mistério e suspense, sobre o qual nada podemos antecipar, introduz uma dose de adrenalina, garantindo uma tensão contínua em a toda a narrativa. No elenco, além de Kristin Thomas destaca-se o trabalho da atriz infantil Mélusine Mayance, que vimos em “Ricky”.
É um filme de ficção? Ou seria um documentário? Não! É "O Céu sobre os Ombros"

Somente agora entra em cartaz "O Céu sobre os Ombros" que foi premiado como melhor filme no Festival de Brasília de 2010. Essa demora deve-se provavelmente à dificuldade dos exibidores em definir a obra como ficção ou como documentário. Ela é assinada por Sérgio Borges, mas foi produzida por um grupo de Minas Gerais chamado de o “Coletivo Teia”. Por isso teve o escandaloso custo de 200 mil reais, dinheiro que seria insuficiente até para realizar uma reportagem de casamento e que, no entanto, obteve o máximo da qualidade técnica que um simples equipamento digital poderia alcançar. O mais curioso a respeito do filme é que podemos acreditar quando ele se apresenta como um “híbrido” entre ficção e documentário − mesmo que esse conceito não tenha consistência no campo da teoria do cinema. projeto tem como ponto de partida a pesquisa para um documentário sobre três indivíduos − “não-atores” − de Belo Horizonte que tivessem trajetórias de vida tão diferenciadas que parecessem personagens de ficção: um transexual intelectual que se prostitui em tempo parcial; um angolano que se considera escritor, mas não consegue concluir um texto sequer; e um devoto de Krishna que, além dos empregos de cozinheiro e atendente de telemarketing, participa de uma torcida organizada de futebol. Em seguida os escolhidos interpretam a si mesmos em seus cotidianos. Sabe-se que quem não é ator profissional tem tanta dificuldade para “fazer o papel” de si mesmo quanto o de Hamlet. Há momentos, porém, de uma impactante impressão de realidade. Quando por exemplo, o angolano brinca com seu filho, ou na cena em que o transexual conversa com um cliente na rua. Na apresentação do “Hare Krishna”, por outro lado, percebe-se que uma pessoa pode passar o dia inteiro sem pensar, isto é, quase em estado de meditação: quando não está entoando um mantra (no templo ou ao telefone), ele está fritando pastéis ou gritando pelo seu time num estádio, em comunhão mental com a massa.
O resultado é de fato impressionante porque, para garantir a aparência de uma narrativa ficcional, a edição final tenta eliminar uma das marcas menos óbvias ainda que mais importantes para caracterizar o gênero documentário. Segundo o teórico Bill Nichols, na ficção (e no filme de Sergio Borges) é mais comum a montagem em continuidade, que opera para tornar “invisíveis” os cortes entre as tomadas. Já no documentário, predomina uma montagem de evidência, em que os cortes seguem a lógica de uma argumentação e não se acham presos à necessidade de dar a impressão de uma unidade temporal e espacial. Em suma, O CÉU SOBRE OS OMBROS nos mostra o comovente retrato de três personalidades estranhíssimas, que chamam atenção pela diferença, mas que têm um pouco de cada um de nós.
estreia 18 11 2011
Distribuição Vitrine Filmes
Direção Sérgio Borges
Com Everlyn Bardin, Edjucu Moio,
Murari Krishna, Grace Passô
COTAÇÃO
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B O M
Na Cinemateca Brasileira, uma indispensável retrospectiva dos filmes de Tomu Uchida

Até 04 de dezembro, a Cinemateca Brasileira promove uma mostra de com os oito principais filmes do diretor Tomu Uchida, um dos grandes mestres do cinema mundial. As cópias em película vêm diretamente Fundação Japão, em Tóquio. Apesar de sua importância como artista, Uchida é um dos autores japoneses menos conhecidos no Ocidente. Em São Paulo, alguns de seus filmes foram exibidos nas antigas salas do bairro da Liberdade, nos anos 1960, conquistando a admiração de críticos e cineastas paulistas. Nascido em 26 de abril de 1898, Uchida começou sua carreira cinematográfica no início dos anos 1920, trabalhando como assistente de câmera e de direção. No início da década de 1950, ingressou na produtora Toei e realizou alguns de seus mais célebres filmes, filmes de samurais, gangsters e dramas, ou seja obras sempre impregnadas de niilismo e desencanto. A mostra exibe o policial Condenado pela consciência; a trilogia de samurais raramente apresentada Espada diabólica, adaptada de um folhetim do escritor Kaizan Nakazato; Estranho amor, experimento visual notável reunindo animação, teatro kabuki e dança butô; Hishakaku e Kiratsune, clássico dedicado à máfia yakuza, penúltimo filme do mestre; A lança ensangüentada (foto abaixo), autêntico “road-movie” samurai, protagonizado por um guerreiro e seu lanceiro, e Tragédia em Yoshiwara, uma das obras-primas do realizador, adaptação de uma antiga história do teatro kabuki.

"Inquietos": poema de amor e morte feito com senso de humor por Gus van Sant

Inquietos” é o trabalho mais poético e tocante de Gus Van Sant, cuja obra anterior foi o drama político “Milk, a voz da igualdade”. É preciso competência e coragem para fazer um filme sobre um casal de adolescentes que começa a namorar depois que a moça revela ao rapaz que só tem três meses de vida. Essa personagem é interpretada com elegância e refinamento por Mia Wasikowska, que foi a “Alice de Tim Burton”, e a tônica do filme se diferencia por completo do dramalhão tipo “Love Story”. Aliás, os namorados se conheceram num velório de um colega de enfermaria da garota, que o rapaz estava acompanhando sem ter sido convidado, apenas porque tinha uma fascinação bastante mórbida por aquele tipo de cerimônia.O filme se inicia assim, meio como uma comédia de humor negro, com toques de ironia e surrealismo, porque o melhor amigo dele é o fantasma de um japonês que fora kamikase na 2ª Guerra. Para quem não se lembra, os kamikases eram os jovens pilotos suicidas que lançavam seus aviões sobre os navios de guerra americanos. Mas aos poucos o roteiro vai mudando de tom e se mostrando mais conseqüente, sério e sentimental, ao informar que o protagonista estava no carro em que seus pais morreram num acidente. Ele permanecera em coma por vários dias e, portanto, não pôde estar presente no enterro deles. A partir daí, ele passara a conviver com o tal fantasma, que de resto funciona como coadjuvante e permite que o diretor faça diversas e temerárias piadas sobre a morte. As melhores, porém, são veiculadas pelo próprio casal de namorados que, entre outras maluquices, tentam ensaiar, com fundo musical e tudo, a cena da morte da moça que deveria acontecer a qualquer momento. O tema central do filme está contido num diálogo que diz: “morrer não é difícil, amar é que é difícil”.
COTAÇÃO
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ÓTIMO
“O Garoto da Bicicleta” mostra que o cinema dos irmãos Dardenne segue em movimento



sexta-feira, 11 de novembro de 2011
"Os 3" de Nando Olival nos oferece um olhar desencantado sobre a juventude brasileira




Brasil, 2011, 79 min, 14 anos
estreia 11 11 2011
gênero comédia / drama / juventude
Distribuição Warner
Direção Nando Olival
Com Victor Mendes, Juliana Schalch,
Gabriel Godoy, Rafael Maia
COTAÇÃO
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BOM
"Amanhã Nunca Mais" relata a odisséia de um homem comum em luta contra a metrópole

Brasil, 2011, 77 min, 12 anos
estreia 11 11 2011
gênero comédia / social
Distribuição Fox
Direção Tadeu Jungle
Com Lázaro Ramos, Maria Luíza Mendonça,
Fernanda Machado, Milhem Cortaz e Luis Miranda
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ÓTIMO
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
“A pele em que habito” é Almodóvar em sua melhor forma, rimando horror e humor.






La piel que habito
Espanha, 2011, 133 min, 16 anos
estreia 04 11 2011
gênero drama / fantasia / suspense
Distribuição Paris filmes
Direção Pedro Almodóvar
Com Antonio Banderas, Elena Anaya,
Marisa Paredes, Jean Cornet
COTAÇÃO
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ÓTIMO