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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Os 3" de Nando Olival nos oferece um olhar desencantado sobre a juventude brasileira

Parece que foi ontem. Em 2001 Fernando Meirelles e Nando Olival dividiam a direção de “Domésticas” – o primeiro longa dramaticamente empenhado de Meirelles, que se tornaria mundialmente famoso com o seu trabalho seguinte, “Cidade de Deus”. E só agora, com o filme “Os 3”, Nando Olival voltou a dirigir. A idéia é boa, mas já apareceu quase igual numa realização mais bem resolvida. Ou seja, no longa experimental “O Amor Segundo B. Schianberg”, de Beto Brandt produzido no ano passado com apoio da TV Cultura. Os protagonistas de “Os 3” são uma moça e dois rapazes que estudam juntos e resolvem dividir um apartamento. Para os papéis, Olival escolheu intérpretes desconhecidos que, aliás, funcionam muito bem.
Um dos garotos se envolve afetivamente com a menina, até que um publicitário os convida para estrelar uma espécie de reality show mercadológico. Um conjunto de câmaras transmitiria ao vivo pela internet tudo o que os três fizessem ou deixassem de fazer no apartamento, no qual todos os objetos de cena estariam à venda. Este é quase o mesmo mote do filme de Beto Brandt: um ator profissional e uma artista plástica que não se conheciam são contratados para dividir um apartamento durante algumas semanas, enquanto várias câmaras aí escondidas registram tudo o que fazem ou deixam de fazer. Em seguida, o resultado desse registro foi editado para gerar o filme.
Na história de “Os 3”, por sua vez, tudo vai para o ar ao vivo, sem cortes – mas também sem script e, por isso, sem emoção e nem grende interesse. Até porque os “atores” só precisam sair do campo de visão das câmaras para viverem à vontade as suas vidas íntimas, que também não chegam a ser empolgantes. No começo a coisa vai bem, mas em pouco tempo a transmissão perde o atrativo. Então, para esquentar a audiência eles resolvem simular um relacionamento a três. E aí tudo começa a se complicar. O filme é correto e muito bem realizado do ponto de vista técnico, mas resulta frio e sem a adrenalina que se esperava de personagens tão jovens e descompromissados. Ou será que é justamente esse o recado de Olival? Num cenário armado para os três experimentarem o improviso da juventude, eles preferem a sensatez da maturidade. Ou seja, não conseguem agir sem um roteiro pré-estabelecido, como faziam os moços de outros tempos e lugares.



OS 3
Brasil, 2011, 79 min, 14 anos
estreia 11 11 2011
gênero comédia / drama / juventude
Distribuição Warner
Direção Nando Olival
Com Victor Mendes, Juliana Schalch,
Gabriel Godoy, Rafael Maia
COTAÇÃO
* * *
BOM

2 comentários:

abel disse...

achei o filme nessa nova leva de filmes pra jovens bem interessante não se sai tão bem como poderia ter saido mas a ponta um caminho pro nando trilhar.
obs:luciano vc que têm tantos anos de profissão me diga por que alguns criticos dessa nova geração querem ser tão pseudointelectuais, gostam de falar mal de tudo que é filme de apelo popular, vê falarem mal de palhaço, capitães de areias, melancolia, árvore da vida e tantos outros acham que o melhor já passou como é isso se são tão jovens e tão rabugentos, querem ser um novo " biáfora" uo um "sergio augusto" pra mim eles tem dor de cotovelo jÁ que a maioria dos criticos que vão pra atrás das cameras fazem cada porcaria metida a "arte" acredito no ecletismo.

Luciano Ramos disse...

Alguns se preocupam em aparecer quando se iniciam no ofício e, assim, se especializam em bombardear o filme que analisam e exibir erudição. Querem dar a entender que os críticos fazem parte de uma casta superior...