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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

“Scott Pilgrim contra o Mundo” é um espetáculo adolescente até a medula

“Scott Pilgrim contra o Mundo” é o novo exemplar de cinema teen que entra em cena. E esse adjetivo “novo” não se refere apenas ao seu ineditismo, como também às novidades que oferece em termos de estilo e linguagem. Só recentemente o cinema brasileiro despertou para a importância desse nicho de mercado que abriga os filmes feitos sobre adolescentes, também com a intenção de serem consumidos principalmente por essa mesma parcela do público. Mas não é de agora que a indústria cinematográfica internacional vem arrecadando milhões com essa linha de espetáculo. Geralmente eles se apóiam em best-sellers de duvidosa qualidade literária, como “Crespúsculo”, por exemplo.
Neste caso, porém, trata-se de uma adaptação de uma história em quadrinhos absolutamente sui generis, criada por Brian Lee O’Malley, que estourou nas bancas do mundo todo. Desenhada em preto e branco e com alguma influência formal do mangá japonês, a graphic novel deste sino-canadense de 23 anos opera a proeza de desenvolver peripécias extraordinárias a partir de uma narrativa propositalmente banal e corriqueira, focalizando um jovem desocupado que divide um porão com um amigo em Toronto.
Assim como o autor do gibi, Scott Pilgrim (Michael Cera, “Juno”) tem 23 anos. Não estuda e nem trabalha, mas toca baixo numa banda de quinta categoria. Só que a sua vidinha sem a menor graça é sacudida por um romance com uma garota americana e misteriosa cujos sete ex-namorados simplesmente decidem matá-lo: eles formam “A Liga dos Ex-namorados do Mal de Ramona”. E aí, para se defender, ele se transforma num herói de filme de Kung Fu ou de desenho animado. Cada um desses "exes" vale como etapa de um videogame que o protagonista precisa ultrapassar para receber o amor de Ramona, no fundo uma garota comum, sem grandes atrativos . Aliás, talvez para sublinhar que não tem compromisso com nenhum gênero em especial, por meio da paródia, “Scott Pilgrim contra o Mundo” faz piada com várias modalidades audiovisuais, como o film-noir dos anos 40, os videogames da primeira geração, a sit-com da TV a cabo, o musical disneyano, o neon-gótico para a juventude, os delírios de Bollywood e com a própria HQ de super-heróis.
As páginas dos quadrinhos de O’Malley funcionam como uma espécie de story board para a produção que, em lugar de apenas ttraduzir os desenhos para a linguagem de cinema, promovem uma forma muito inventiva e engraçada de confronto entre os grafismos originais e o material filmado. É o caso das múltiplas setas, letreiros e outros signos (como as tradicionais onomatopéias dos comics) que inesperadamente comentam e interagem com a história. Com apenas 33 anos e inglês, como o grupo Monthy Python, de quem parece ter herdado a verve e a ousadia, Edgar Wright (“Chumbo Grosso”, 2007) é o diretor talhado para essa linha de espetáculo que rejeita qualquer compromisso estético ou formal em nome do humor e da fantasia.
SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO
Scott Pilgrim vs. the World
estreia 05 11 2010
EUA / Reino Unido / Canadá – 2010 – 112 min. - 12 anos
Gênero Aventura / adolescência / fantasia
Distribuição: Paramount
Direção Edgar Wright
Com Michael Cera, Alison Pill e Mark Webber
COTAÇÃO
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B O M

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