Os espanhóis de San Sebastian se encantaram com diretora e estrela do filme, a magnética Nadine Labaki, e lhe entregaram os principais prêmios do festival. E fizeram bem, porque seu trabalho é simples e comovente, cheio de sutilezas e marcado por uma sensualidade latente que tenta, mas não consegue, se esconder por trás do véu de uma comédia de costumes bem comportada.
Aliás, como só poderia ser numa produção libanesa que trata de mulheres independentes. Trabalhando num salão de beleza, elas não são ricas, nem intelectuais e nem artistas. O caramelo do título, aliás, é o principal ingrediente para o serviço de depilação. Mesmo morando com suas famílias, vivem seus próprios dramas e procuram alcançar seus objetivos pessoais.
Na tradição de cronistas orientais como o egípcio Naguib Mahfouz, a narrativa não se perde em grandes conflitos e busca ressaltar a beleza das vidas comuns e pequenas. Como a mulher já de idade que não tem coragem suficiente para se encontrar com um inesperado pretendente a namorado. Ou como aquela, um pouco mais nova, que procura esconder, das amigas e dela mesma, que já se encontra na menopausa. E como a outra, vivida pela própria Nadine Labaki, que faz de tudo para se encontrar com um amante cada vez mais frio e inacessível.
Na tradição de cronistas orientais como o egípcio Naguib Mahfouz, a narrativa não se perde em grandes conflitos e busca ressaltar a beleza das vidas comuns e pequenas. Como a mulher já de idade que não tem coragem suficiente para se encontrar com um inesperado pretendente a namorado. Ou como aquela, um pouco mais nova, que procura esconder, das amigas e dela mesma, que já se encontra na menopausa. E como a outra, vivida pela própria Nadine Labaki, que faz de tudo para se encontrar com um amante cada vez mais frio e inacessível.
O enfoque mais curioso, porém, é o modo como a diretora trata o encontro de uma colega com uma cliente, no qual um corte de cabelo funciona como inusitada metáfora de envolvimento afetivo. Neste primeiro filme que ela dirige, Labaki mostra um pouco da fascinante Beirute, com procissões católicas convivendo harmoniosamente com os muçulmanos pelas ruas: cidade que simboliza a sabedoria de uma antiga civilização, felizmente ainda viva, apesar de tudo.
Caramelo
Sukkar Banat
França / Líbano - 2007
Gênero: Comédia Dramática
Premiado no Festival de San Sebastián
Estreia 05/06/2009
Distribuição Imovision
Direção de Nadine Labaki
Com Nadine Labaki, Yasmine Al Masri, Joanna Moukarzel
Sukkar Banat
França / Líbano - 2007
Gênero: Comédia Dramática
Premiado no Festival de San Sebastián
Estreia 05/06/2009
Distribuição Imovision
Direção de Nadine Labaki
Com Nadine Labaki, Yasmine Al Masri, Joanna Moukarzel
7 comentários:
Ótimo texto! Não sabia que você tinha um blog! Curiosamente, o encontrei via Google ao buscar o ano de lançamento do filme, para publicar uma crítica no meu blog.
Obviamente, a minha é muito mais modesta e menos densa - uma vez que sou ainda uma aprendiz na arte de criticar cinema.
Se puder, confira. Ficaria honrada.
Um abraço
Ah sim! O endereço é este: www.cinemeca.blogspot.com
Assisti a pouco esse otimo filme e estava atrás de algumas críticas para confrontar com a minha e a tua é exatamente aquilo que percebi no filme.abraços...sou descendente de libanes, portanto suspeito...rsrsrsrs
Gostaria de assistir ao filme que aparece no meu angulo morto. Já o aprecio,um dia vou ajuizar
Assisti o filme e fiquei encantanda, simples, poético, bonito. As histórias são simples, mas densas no sentido de que retratam as caracteristicas feminina. Teu blog fez uma belissima apresentação do filme.
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