(foto de Luciano Ramos)
Terra Vermelha (Paris Filmes)
Chega aos cinemas “Terra Vermelha”, um surpreendente filme brasileiro concebido, dirigido e produzido na Itália por Marco Bechis. De família chilena e franco-suiça, ele cresceu entre São Paulo e Buenos Aires, de onde, aos 20 anos foi expulso por motivos políticos. Instalou-se em Milão, cidade em que viveu até os anos 80. Depois passou a circular entre Nova York, Los Angeles e Paris. Foi fotógrafo e artista plástico, antes de começar a fazer filmes nos anos 90. Este projeto teve a parceria de produtores paulistas, como os irmãos Gullane, e roteiro de Luiz Bolognesi, de “Chega de Saudade”. Mostra um grupo de índios guarani-kaiowás, no Mato Grosso do Sul, que vivem confinados numa reserva e são explorados pelos fazendeiros da região, trabalhando quase como escravos nas plantações de cana. Para ganhar um dinheirinho de uma pousada, outros se fantasiam pintados e armados como guerreiros, para serem fotografados por turistas. Os jovens começam a se suicidar e, por isso, os nativos invadem uma fazenda, sob o comando de um cacique bêbado e de um velho pajé. A história não tem tramas nem reviravoltas e se apresenta assim mesmo, simples, mas sem maniqueísmo ou tiradas de melodrama. Ainda que não tivesse sido premiado, “Terra Vermelha” foi bem recebido em Veneza. Artistas conhecidos, como Leonardo Medeiros e Matheus Nachtergaele fazem papéis do lado branco, enquanto os personagens nativos ficam a cargo de atores convocados nas próprias comunidades indígenas e que funcionam especialmente bem.
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