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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Estréia em São Paulo um dos vencedores do Festival de Manaus

Na proa do barco que segue por um dos afluentes do Rio Negro, dois dos atores indígenas que atuaram no vitorioso "Terra Vermelha" observam a vida selvagem. Trata-se de um curioso fenômeno de inversão de papéis porque, no filme, eles aparecem na margem de um rio parecido com este, fantasiados de guerreiros pintados para o combate, para serem fotografados por turistas, exatamente como eles estão fazendo nesse passeio organizado pelo Festival de Manaus.
(foto de Luciano Ramos)



Terra Vermelha (Paris Filmes)


Chega aos cinemas “Terra Vermelha”, um surpreendente filme brasileiro concebido, dirigido e produzido na Itália por Marco Bechis. De família chilena e franco-suiça, ele cresceu entre São Paulo e Buenos Aires, de onde, aos 20 anos foi expulso por motivos políticos. Instalou-se em Milão, cidade em que viveu até os anos 80. Depois passou a circular entre Nova York, Los Angeles e Paris. Foi fotógrafo e artista plástico, antes de começar a fazer filmes nos anos 90. Este projeto teve a parceria de produtores paulistas, como os irmãos Gullane, e roteiro de Luiz Bolognesi, de “Chega de Saudade”. Mostra um grupo de índios guarani-kaiowás, no Mato Grosso do Sul, que vivem confinados numa reserva e são explorados pelos fazendeiros da região, trabalhando quase como escravos nas plantações de cana. Para ganhar um dinheirinho de uma pousada, outros se fantasiam pintados e armados como guerreiros, para serem fotografados por turistas. Os jovens começam a se suicidar e, por isso, os nativos invadem uma fazenda, sob o comando de um cacique bêbado e de um velho pajé. A história não tem tramas nem reviravoltas e se apresenta assim mesmo, simples, mas sem maniqueísmo ou tiradas de melodrama. Ainda que não tivesse sido premiado, “Terra Vermelha” foi bem recebido em Veneza. Artistas conhecidos, como Leonardo Medeiros e Matheus Nachtergaele fazem papéis do lado branco, enquanto os personagens nativos ficam a cargo de atores convocados nas próprias comunidades indígenas e que funcionam especialmente bem.

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