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sexta-feira, 6 de julho de 2012

“Para Roma com Amor” não é o melhor Woody Allen da safra atual. Ainda assim agrada.


Há seis anos, desde “Scoop – o grande furo”, Woody Allen não participava como ator nos filmes que dirigia. Até este “Para Roma com Amor”, que pertence à série atual em que ele escolhe uma metrópole européia para ambientar determinado projeto, como “Meia-Noite em Paris” e “Vicky Cristina Barcelona”. Qualquer comparação entre os três leva a colocar o mais recente bem abaixo dos demais. Talvez isso explique a decisão de fazer parte do elenco e, assim, oferecer um atrativo a mais para compensar as deficiências do roteiro. Em vez de trabalhar com um tema central e nele aprofundar tanto o drama quanto a comicidade, desta vez Allen junta diversas histórias, amarradas apenas pelas locações romanas.
Essa estratégia poderia ser considerada uma referência à tradição italiana de filmes em episódios, se ele não misturasse as diversas narrativas meio aleatoriamente. O fato é que todas elas se mostram de médio ou pequeno alcance, especialmente como aquela em que ele atua, interpretando um produtor de ópera que descobre um novo talento vocal. Como o tenor só consegue soltar a voz tomando banho, os espetáculos são montados com o cantor atuando debaixo de um chuveiro montado no palco – uma piadinha visual, que desmerece o humorismo ferino próprio do estilo de Woody Allen. Em outras passagens vemos esquemas tão gastos, que já foram usados até em antigas chanchadas brasileiras.
Por exemplo, o rapaz que precisa apresentar a esposa para os parentes ricos, mas como ela se perde na cidade, ele pede que uma garota de programa (Penélope Cruz) tome o seu lugar – assim como em “Cala a Boca Etelvina” (1958), com Dercy Gonçalves. Em outra sequencia, um obscuro funcionário (Roberto Benigni) é tratado como celebridade de uma hora para outra, igualzinho ao protagonista de “Tudo Azul” (1951), de Moacyr Fenelon. A única passagem que mostra certa ambigüidade é a que traz Alec Baldwin dando palpites no relacionamento entre Jesse Eisenberg e Ellen Page. Não se sabe se Eisenberg imagina as falas de Baldwin, ou se este está se lembrando de si mesmo quando jovem. O pior é que não fica claro se Allen está sugerindo uma desajeitada e inoportuna linha de mistério, ou apenas com preguiça de explicar melhor as coisas. Mas fato é que o conjunto da comédia é razoavelmente divertido e Woody agrada até mesmo quando filme não é grande coisa.
PARA ROMA COM AMOR
To Rome with Love
estreia 29 06 2012
gênero comédia
EUA/Espanha/Itália, 2012, 107 min, 12 anos
Distribuição Paris Filmes
Direção Woody Allen
Com Woody Allen, Alec Baldwin, Roberto Benini,
Jesse Eisenberg, Elen Page, Penélope Cruz.
COTAÇÃO

* *
REGULAR

2 comentários:

eu disse...

Assisti ao filme...não curti muito não! :(

Enaldo Soares disse...

Eu também achei muito pobre.