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sábado, 18 de janeiro de 2014

A televisão tem salvação? A tábua pode ser o cinema brasileiro.

Ainda (positivamente) chocado com o encerramento da série global Amores Roubados, com a memorável interpretação de Cassia Kiss, como a "mater dolorosa" mais tocante que me lembro de ter visto na tela da TV. Aleluia, que atriz! E, talvez mais ainda, com o trabalho de Walter Carvalho apresentado uma imagem que faria inveja a Emmanuel Lubezki, o fotógrafo de Terrence Malick. Esse paraibano é um técnico (com nível de PHD) e um estilista ao mesmo tempo. A TV digital e ele nasceram um para o outro. Por meio de gente como ele, o cinema está invadindo a TV! Olha os dois na foto... Nós aqui de boca aberta e eles lá, curtindo o que certamente gostam de fazer, só fingindo que estão a trabalho.
Do ponto de vista da dramaturgia a série também surpreendeu, com essa nítida influência do filme "O Som ao Redor", transpondo diretamente o coronelismo nordestino de suas raízes no ciclo da cana para o agronegócio atual. A grande sacada foi aproveitar como base um texto esquecido de Carneiro Vilela, um romancista pernambucano publicado em folhetim há 100 anos: "A Emparedada da Rua Nova", provavelmente o "antepassado espiritual" de Nelson Rodrigues, outro pernambucano que flagrou a falência da família patriarcal, que há tanto tempo vem apodrecendo sem sai de cena. E tudo isso está no rosto de suas excelências, os atores pernambucanos que emprestaram seu brilho ao programa: Irandhir Santos ("Tatuagem", foto abaixo) e Germano Haiut ("O ano em que meus pais saíram de férias"). Viva o Recife!


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