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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O fim do Jornal da Tarde, tristezas, lágrimas e lembranças


O  fim do Jornal da Tarde é uma tristeza, porque ali trabalhei, fazendo crítica de cinema de 1973 a 1979, quando o Mino Carta abriu o Jornal da República e me levou pra lá, por meio do Nirlando Beirão que era o editor de cultura. Semanas depois o jornal fechou e, como não dava pra voltar, fui para a Folha de São Paulo, e lá fiquei até o fim da década de 1980. Mando a ilustração de uma matéria de página inteira (29/08/1975) na qual fazia um balanço do cinema brasileiro da época. A imagem acima, do Severino é meio tétrica, numa alusão às dificuldades do período, mas que também se adapta a este momento fúnebre em que o Jornal da Tarde vai para o túmulo. Foi um dos poucos artigos que encontrei na gaveta, em meio às centenas que guardei mas perdi em alguma mudança. Ainda bem que o JT vai ser digitaliza todo, conforme me disse o Edmundo Leite, que é o responsável pelo acervo do Estadão. 

A crítica Maria do Rosário Caetano me mandou a seguinte resposta em seu blog:

Cheguei a SP, para morar com Zanin, numa gelada manhã de julho de 1994 (dois graus, JURO!), com meus dois filhos: Jorge Artur com 13 anos e Guto com 7. Eles de férias (pois voltariam a morar com Helinho, meu saudoso e amicíssimo ex-marido, que, para minha grande tristeza, morreu dois anos atrás) e eu para ficar! (Ainda hoje eles moram em Brasília). Era tempo de SHORT CUTS, de crise braba do cinema brasileiro e de sessões no Maksoud Plaza. Conheci seu trabalho crítico na Folha de SP. Fui sua leitora frequente! O JT que li com boa frequência é posterior a 1994. Em plena ERA EDMAR PEREIRA. Quando ele já estava bastante doente, Zanin e eu convivemos muito com ele. No último FEST GRAMADO dele, tomávamos café JUNTOS toda manhã. Ele queria estar sempre conosco. E nós com ele, que era uma pessoal maravilhosa! O contato com Marcão Faerman se deu mais pela política, pelos sonhos de uma NUESTRA AMERICA revolucionária!

Ao que assim respondi:
Eu recebi o Edmar na redação do JT, quando ele, que era da reportagem, se iniciava como crítico, passando a fazer uma matéria de “preview”, toda a sexta feira, que comentava as estreias da semana. Era uma tarefa super difícil naquela época em que, juro, não havia cabines e nem se sonhava em internet. Os que podiam assinavam revistas estrangeiras que serviam como as principais fontes de referência no cinema, festivais, prêmios, bilheterias, recepção pela crítica etc. Tinha uma espécie de rodízio de críticos (Bruna Becherucci, Pola Vartuck, Claudio Bojunga e Telmo Martino) que, periodicamente, encaravam esse abacaxi por uma temporada (exagero meu... acabava ficando divertido, pelo próprio clima da redação). Era eu que cumpria a pena quando o Edmar chegou e o editor Edson Paes de Mello o encarregou da coluna, que dava no mínimo meia página. Ficamos felizes ambos, ainda que por motivos opostos: ele por abraçar a incumbência e eu por ter me livrado dela. 



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