Cena de "Aquarius", novo longa do diretor de "O Som ao Redor"
Viúva, jornalista aposentada e especializada em música, ela mora em plena praia da Boa Viagem no Recife, de frente para o mar, num prédio de dois andares e poucos apartamentos. O dela é o último que resta no edifício, porque todos os demais já foram vendidos para uma construtora que pretende erguer um espigão no local. Mas ela se recusa a vender o imóvel, pelo qual receberia a quantia de dois milhões. E a cada jogada da negociação se mostra mais firme, no que se assemelha a alguns heróis que protagonizam determinados filmes americanos.
Há muito dinheiro em
questão nessa história. A empresa interessada não tem escrúpulos e joga duro, mostrando-se
disposta em transformar num inferno o cotidiano da heroína. Sem que isso seja
um defeito do filme, porem, há certo desiquilíbrio entre as sequências de ação,
nas quais ela enfrenta os seus oponentes, e as passagens mais intimistas em que
ela contracena com os filhos e os amigos.
Sônia Braga é "Clara", protagonista absoluta do longa pernambucano
É bom lembrar que, em suma, Aquarius não se resume a um bang bang urbano e nem a um panfleto. Trata-se de um drama de elevada dimensão humana e que abarca em suas entranhas os mais doloridos conflitos nos quais se debatem a sua protagonista e toda a geração que ela representa.
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