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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

49º FESTIVAL DE BRASÍLIA | "Improvável Encontro" e "Cinema Novo" iniciam o festival



Já começou o festival de BSB do cinema brasileiro, em sua edição numero 49. A beira de completar ½ século de vida, portanto, esse evento fundado pelos professores da UNB – entre eles, o inesquecível crítico Paulo Emilio Sales Gomes do qual, neste ano, comemoramos o centenário de seu nascimento. Nestes últimos 50 anos, é claro que muita coisa mudou, menos o principal distintivo do evento, que é a vocação para a abordagem das questões polêmicas.

Especialmente as de natureza política, isto é uma daquelas coisas que se encontram constantemente em mudança. Assim como a estética, a linguagem, a técnica, enfim a arte do cinema. A mostra competitiva se inicia com dois filmes, ambos pertencentes ao gênero documentário. Eles exercem o papel de abrir a programação do 49º Festival e atendem plenamente a esses dois polos: ou seja, a polêmica estética e a discussão política. São eles o curta metragem “Improvável Encontro”, de Lauro Escorel e o longa “Cinema Novo” de Erik Rocha.

O trabalho de Lauro Escorel é magnífico – uma verdadeira inovação no gênero e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre esta atividade que se situa nos alicerces do cinema, que é a fotografia. Recorrendo às possibilidades abertas pela ficção, diante dos nossos olhos o filme reconstrói um encontro físico 
entre os fotógrafos Tomas Farkas e José Medeiros. A matéria prima do filme não poderia deixar de ser a obra fotográfica desses dois criadores cujas trajetórias começaram a se aproximar desde as décadas de 1940 e 1950. E que a partir dos anos de 1960, passariam também a fazer cinema.

Eles atuavam na área do fotojornalismo, em revistas populares como O Cruzeiro. Diferentemente de fotógrafos mais famosos como Jean Manzon, que tinham uma forma mais estilizada de trabalhar, eles assumiam uma linha mais documental e tinham uma proposta que continuava a de Mario de Andrade que consistia em revelar a imagem do Brasil. A criatividade do diretor Lauro Escorel permitiu-lhe ousadias, como colocar os trabalhos de um e de outro em cada metade da tela dividida em dois – para comparar os seus estilos.

Portanto, o 49º Festival de Brasília do CB começa bem, com “Improvável Encontro”, de Lauro Escorel. Até seu encerramento, o CF estará transmitindo as principais notícias do evento. Até amanhã...


O diretor do curta "Improvável Encontro", Lauro Escorel

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