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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

"Desculpe o Transtorno" e "O Roubo da Taça" somam-se às comédias nacionais de 2016


Cena de "Desculpe o Transtorno" com Gregório Duvivier e Clarice Falcão

Em meio a um excesso de comédias nacionais é possível que o expectador esteja disposto a rir e queira escolher a melhor opção dentro desse gênero. Em meio às novidades é provável que ele faça opção por aquela que apresente mais pedigree, ou seja, atores globais e ligados a programas requintados e uma comicidade mais bem comportada. Nesse caso, talvez a escolha correta fosse “Desculpe o Transtorno”.
A primeira vista, esse título “Desculpe o Transtorno” nada tem a ver com o humor. Acontece que trata-se de uma piada, porque o protagonista é um sujeito que sofre de um transtorno de identidade.

Ele possui dupla personalidade, assim como Dr. Jekill e Mr. Hide, o médico e o monstro: um é carioca e o outro é paulista. Esse é o papel de Gregório Duvivier que, aliás, tem duas namoradas: uma interpretada por Clarice Falcão e a outra por Dani Calabresa. O diretor é Tomás Portella, que segue uma linha elegante e refinada, como foi a série televisiva “Copa Hotel”, a qual ele dirigiu. Mas para quem prefere um filme mais agitado, colorido e cheio de vida, a dica é “O Roubo da Taça”.
No último Festival de Gramado, o filme levou os prêmios de roteiro, fotografia e direção de arte – aliás um trabalho primoroso. E de quebra o de melhor ator para o surpreendente Paulo Tiefenthaler. Ele tinha feito um pequeno mas eficiente papel em “O Lobo Atrás da Porta” de 2013. O filme chegou a ser classificado como uma “neo-chanchada” por causa da ênfase nas atuações, que lembram um pouco a adrenalina de Oscarito, Grande Otelo e Dercy Gonçalves.

O diretor Caito Ortiz começou muito bem em 2003 com um documentário sobre os motoboys, chamado “Vida Loca”, e agora experimenta um relato histórico, na chave da comédia. O filme abre com uma advertência segundo a qual “boa parte disso realmente aconteceu”. A mais evidente qualidade de “O Roubo da Taça”, aliás, é a direção de arte que nos coloca por inteiro na década de 1980. Os automóveis, as roupas, os ambientes, ou seja, a aparência geral das coisas e das pessoas nos remete diretamente para aquela época.

Paulo Tiefenthaler (foto) protagoniza "O Roubo da Taça"

Em 1983, a taça Jules Rimet passou a morar no Brasil depois de vencida a 3ª Copa do Mundo. Os gestores da CBF mandaram fazer uma réplica e a guardaram num cofre. E deixaram a taça original exposta na sala da presidência, onde a segurança era precária. Todas as interpretações de “O Roubo da Taça” mostram total desenvoltura. Especialmente a da habilidosa Taís Araujo, que parece estar atuando no set do seriado televisivo Mister Brau. 

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