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sábado, 17 de setembro de 2016

O diretor Lionel Baier mostra seu talento ao usar da ironia em "La Vanité"


Patrick Vapp interpreta um arquiteto que assina seu suicídio assistido

Lançado de modo discreto e modesto em nosso mercado agora dominado por filmes de impacto, o suíço “La Vanité” vem passando despercebido. O que é um destino absolutamente injusto para este que vem se mostrando um dos mais interessantes filmes do momento. Mas esta é uma produção suíça de baixo orçamento e, como tal, tem apenas a competência de seus integrantes para defendê-la nesta feroz disputa pela ocupação das telas.
A estranheza se inicia pelo enredo básico, que se resume a um arquiteto rico e bem sucedido, mas acometido de uma doença incurável. Ele resolve se matar, aproveitando as leis daquele país que permitem a prática do suicídio assistido. No entanto, as coisas vão se complicando no decorrer do processo, especialmente com a intromissão de determinados elementos absolutamente estranhos nesse contexto, que são o humor e a comédia.

Como pode uma situação assim tão triste e deprimente se misturar com o riso e a graça? Aproveitando o talento do diretor e roteirista Lionel Baier, um professor de cinema na Universidade de Lausane de 41 anos, que já dirigiu uma dezena de longas metragens, entre documentários e filmes de ficção. A suprema ironia do enredo se encontra na suspeita de que a Suiça seja um país tão racional e arrumadinho que até mesmo a morte pode ser organizada. 


A eterna Carmen Maura é parte do elenco de "La Vanité"

Isso até certo ponto, é claro. Desde que a assistente da associação contratada para executar o suicídio assistido não seja uma pessoa imaginativa e ousada como esta interpretada por Carmem Maura. Como se sabe, ela é uma das atrizes prediletas de Almodóvar e, já podemos adiantar, acaba se colocando como a verdadeira protagonista do filme.


Outro elemento essencial na trama é o bom gosto do diretor Lionel Baier, que escolhe o suingue da voz de Claude Nougaro – esse grande cantor suíço de jazz infelizmente ainda desconhecido entre nós – para acrescentar no filme uma boa dose calor humano. Além do humor, portanto, não faltam surpresas, emoções e elegância a este excepcional “La Vanité”. 

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