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domingo, 11 de setembro de 2016

Em "Esquadrão Suicida" temos exagero de pancadaria e pouca clareza na narrativa


"Arlequina", interpretada por Margot Robbie e um dos destaques do Esquadrão

Muita gente pensa que a trajetória do filme Esquadrão Suicida começou há cerca de 10 anos, nas páginas dos quadrinhos que publicavam as histórias da Liga da Justiça, com os coadjuvantes do Super-Homem e do Batman - que, aliás, faz algumas pontas neste filme de David Ayer. Até porque o Coringa e sua namorada Arlequina são alguns dos personagens centrais.
Na verdade tudo começou em 1967, quando Robert Aldrich - o cineasta imortalizado por obras inesquecíveis como “O Que aconteceu com Baby Jane” - lançou “Os 12 Condenados”. Para aquele filme ele criou um time de assassinos condenados à morte para participar de uma missão heroica durante a 2ª Guerra Mundial.
 Parece que Esquadrão Suicida foi remontado e teve muitas de duas cenas refeitas, apenas algumas semanas antes do lançamento, para remendar melhor a narrativa e até mudar alguns personagens. O fato é que o filme só tem a movimentação constante para segurar a atenção do público. Não se entende, por exemplo, qual a função política (e portanto dramática) da autoridade governamental interpretada por Viola Davis.

E também permanece um mistério a motivação da bruxa que veio de outra dimensão e que é a opositora, aliás, agrande ameaça para todos os demais vilões que fazem do elenco. Como grupo de personagens, o Esquadrão também é uma salada completa e heterogênea. Alguns são, de acordo com o roteiro, “meta-humanos”, como Diablo (Jay Hernandez) - aquele que controla o fogo - e o Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje
). Mas alguns tem apenas uma boa pontaria, como é o caso de Will Smith (que aqui interpreta o Pistoleiro). 


O Esquadrão Suicida do título, que muito lembra "Os 12 Condenados" de R. Aldrich

O diretor de o Esquadrão Suicida é David Ayer, conhecido por filmes policiais sem qualquer sutileza, mas estruturados a partir de uma dramaturgia clara, como foram “Dia de Treinamento” de 2001 e “Marcados para Morrer” de 2012. No caso do Esquadrão, entretanto, o que não existe é clareza, nem estrutura dramática. Muito menos sutileza, para conduzir tamanho exagero de pancadaria, numa farândola tediosa e repetitiva de caras feias e efeitos visuais. 

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